Universidade de Nova York torna seu curso de medicina gratuito
Antes, alunos tinham de pagar até US$ 55 mil por ano; medida visa estimular diversidade
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Os estudantes do primeiro ano da faculdade de medicina da Universidade de Nova York (NYU) tiveram uma surpresa e tanto quando receberam nesta quinta-feira (16) o jaleco branco para marcar seu ingresso em uma cerimônia tradicional.
A formação será gratuita para eles e para todos os futuros alunos, o que representa uma economia de US$ 55 mil dólares ao ano, anunciaram as autoridades da NYU diante dos boquiabertos jovens e pais.
A medida busca aliviar os crescentes custos educacionais dos médicos, atrair os alunos mais brilhantes, aumentar a diversidade e evitar que os médicos prefiram especialidades mais bem remuneradas para pagar as dívidas contraídas para financiar os estudos, em detrimento da medicina familiar, da pediatria e da ginecologia.
A associação americana de faculdades de medicina calcula que a dívida média dos médicos recém-formados nos Estados Unidos seja de US$ 202 mil dólares e que mais de 21% dos médicos que estudaram em uma universidade privada como a NYU têm dívidas que superam os US$ 300 mil dólares.
"Esta decisão reconhece um imperativo moral que deve ser enfrentado em um momento em que as instituições colocam uma carga crescente da dívida nos jovens que aspiram a se tornar jovens médicos", disse o doutor Robert Grossman, decano da faculdade.
"Nossa esperança —e nossa expectativa— é que, ao tornar a faculdade acessível a um leque mais amplo de candidatos, sejamos um catalisador para a transformação da educação médica em nível nacional", afirmou Kenneth Langone, presidente do diretório do hospital universitário NYU Langone Health e um dos cerca de 2.500 doadores que pôs mais fundos para a iniciativa.
A medida se aplica a 93 novos alunos do primeiro ano e a outros 350 que ainda têm pela frente até três anos para se formar.
A faculdade de medicina da NYU indicou que se torna, assim, a única entre as dez melhores do país a oferecer escolaridade gratuita a seus estudantes.
Mas o plano não cobre alojamento e gastos administrativos, que em médica custam US$ 27 mil dólares anuais.
Segundo cifras do Federal Reserve (Fed, banco central americano), os créditos estudantis chegaram no fim de março a US$ 1,38 bilhão, após subir 138% em dez anos.
Segundo a associação College Board, o custo médio de uma licenciatura universitária básica (quatro anos) nos Estados Unidos é de US$ 34.740 por ano em uma universidade privada, sem contar os gastos com alojamento e alimentação.
A maioria das universidades mais prestigiosas é privada, e os jovens se endividam parcial ou totalmente para poder estudar.