Técnico brasileiro terá altitude a favor na Taça Libertadores

Vinícius Eutrópio tem a missão de implantar o estilo brasileiro de jogar no Bolívar

Vinícius Eutrópio, brasileiro que resolveu seguir carreira em La Paz, no Bolívar, atual bicampeão nacional - El Mundo

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Eduardo Geraque
São Paulo

O plano de assumir o Bolívar na altitude de La Paz e levá-lo longe na Libertadores parecia uma missão para aventureiros. Mas vários postulantes ao cargo foram entrevistados em um hotel em Miami, em dezembro. 

Entre os candidatos, o brasileiro Vinícius Eutrópio, 51.

Na noite de quarta (28), na estreia do Bolívar contra o Delfim, em Manta, litoral do Equador, o ex-treinador da Chapecoense começa sua missão pela América do Sul.

"Me surpreendi com a qualidade técnica dos jogadores. Do grupo bicampeão nacional, 90% do elenco ficou", diz Eutrópio à Folha. São 32 atletas sendo 6 estrangeiros.

O ex-jogador Zé Carlos, campeão pelo Bolívar em 2011 e amigo do brasileiro fez a ponte com Marcelo Claure. O bilionário boliviano que vive nos Estados Unidos é dono do Bolívar, um clube empresa desde 2008. É o 15º técnico que ele contrata. Apenas quatro eram bolivianos.

Diretor da Sprint, gigante mundial da área de telefonia, e um dos fundadores da Brightstar, que fatura mais de US$ 10 bilhões ao ano, Claure tem outras ligações com o futebol. Desde 2014 ele é sócio do ex-jogador inglês David Beckham e de Simon Fuller na franquia Miami Beckham United, que busca implantar um time na Flórida. 

Na entrevista, em dezembro, Eutrópio diz que teve uma conversa amistosa com o dirigente, que pretende ver o estilo brasileiro no Bolívar.

"Em 2017, o time atuava na ligação direta [chutões da defesa ao ataque]. Agora jogamos com a bola no chão, como no Brasil. A aceitação tem sido boa", diz o treinador, que é auxiliado por Zé Carlos.

Na Libertadores deste ano, Eutrópio afirma que o time será competitivo e minimiza o fato de ter a altitude a favor. 

Segundo Eutrópio, por saberem que a altura afeta os adversários, os jogadores da casa tendem a forçar o ritmo em La Paz durante uns 15 minutos e, depois, relaxam.

Em cidades muito altas é mais difícil respirar, principalmente para quem precisa fazer esforço físico. Como a pressão do ar é menor, existe menos oxigênio disponível.

Eutrópio, que sofreu pouco com a altitude ao mudar-se para a Bolívia, diz que seus atletas sentem o cansaço quando atuam em lugares úmidos, ao nível do mar. 

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