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Pearl Jam faz show imprevisível, mas sempre confiável

Mudanças impedem que quinteto de Seattle se entendie

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Marco Aurélio Canônico
Rio de Janeiro

pearl jam

Avaliação: Ótimo

Quase todos os artistas, quando saem em turnê, ensaiam um repertório-base e se atêm a ele, com variações mínimas. O Pearl Jam é uma das raras exceções a regra.

O cantor Eddie Vedder, do Pearl Jam, em show na quarta no estádio do Maracanã, no Rio - Marcos Ferreira/Divulgação

Sendo assim, é impossível prever como será o show que a banda fará no Lollapalooza, às 21h deste sábado (24), julgando a partir do que ela mostrou no Maracanã, no Rio, na quarta (21).

Essa imprevisibilidade é uma das qualidades do quinteto de Seattle. Com quase três décadas de carreira e dez álbuns de estúdio (fora singles, compilações e ao vivos), o PJ tem um repertório gigantesco do qual se vale, e a seleção dele dita o ritmo da noite.

No Maracanã, abrindo sua quinta passagem pelo país, a banda começou devagar, com as lentas e pouco conhecidas "Release" —uma das sete canções do primeiro álbum ("Ten", 1991) a entrar no repertório— e "Low Lights".

O clima não tardaria a mudar, no entanto. Primeiro, com uma acústica para todo mundo cantar ("Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town"); depois, com "Go", que abriu uma longa sequência roqueira.

O repertório do Rio foi totalmente calcado nos discos dos anos 1990, o que garantiu uma lista imensa de sucessos, como "Alive", "Jeremy", "Even Flow", "Black", "Better Man" e "Daughter".

Houve espaço também para canções menos populares ("Blood", "Garden" e "In Hiding") e para covers, escolhidos na hora.

Os cariocas ouviram "Leaving Here" (Edward Holland, Jr.) e "Rockin' in the Free World" (Neil Young) —esta, uma das que contaram com as participações de Chad Smith e Josh Klinghoffer, baterista e guitarrista do Red Hot Chili Peppers.

Por quase três horas, Eddie Vedder (vocal e guitarra), Jeff Ament (baixo), Stone Gossard (guitarra), Mike McCready (guitarra) e Matt Cameron (bateria) mostraram que continuam muito bons no que fazem. Suaram a camisa nas interpretações, interagiram com o público, dedicaram-se.

E essa é a constante do Pearl Jam. Independentemente do repertório, a banda sempre o entrega com notável profissionalismo e entusiasmo. Mudar os impede de se entediar. E, em geral, causa a mesma resposta na plateia.

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