O clima de sol e calor que dominou a sexta (23) em São Paulo até o início da tarde começou a virar no autódromo de Interlagos bem quando os americanos do Spoon entraram no palco. Foi uma mudança adequada.
O rock climático e experimental do repertório que a banda de Austin apresentou --privilegiando seus álbuns mais recentes-- não tinha nada de ensolarado e, assim como a garoa que caiu, colaborou para dar uma esfriada em boa parte da plateia.
O cantor e guitarrista Britt Daniel parecia estar com a garganta ainda sentindo o esforço do show na noite anterior, no Rio, e, com exceção do inquieto guitarrista e tecladista Alex Fischel, o resto da banda também não parecia particularmente empolgado.
Não que a apresentação tenha sido tediosa de cabo a rabo: as dançantes "Can I Sit Next to You" e "The Underdog" foram pontos altos, bem como a jazzística "Don't Make me a Target", que descamba para um rock acelerado.
Mas, de modo geral, o show do Spoon esteve mais próximo da climática e interminável "My Mathematical Mind", com sua overdose de sintetizadores e distorção de guitarra. "Art rock" em um megafestival no meio da tarde de uma sexta não é exatamente a melhor pedida.
REPERTÓRIO SPOON
"Do I Have to Talk You into it"
"Inside Out"
"I Turn my Camera on"
"The Beast and Dragon, Adored"
"Don't You Evah"
"Do You"
"Can I Sit Next to You"
"My Mathematical Mind"
"Don't Make me a Target"
"Hot Thoughts"
"The Underdog"
"Got Nuffin"
"Rent I Pay"
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