Rival novata da Uber terá botão de pânico para motorista

Sity e 4Move esperam conquistar motoristas e passageiros dando mais atenção a detalhes

Fernando Ângelo (Sity), que promete aplicativo com mais segurança - Marlene Bergamo/FolhaPress

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Filipe Oliveira
São Paulo

Pequenas e ousadas, duas startups brasileiras querem para si parte do mercado de chamadas de corridas a partir de aplicativos.

Com contas-correntes bem menos recheadas do que as bilionárias Uber, 99 e Cabify, as novatas Sity e 4Move esperam conquistar motoristas e passageiros, segundo seus sócios, dando mais atenção a detalhes que as gigantes deixaram para trás enquanto cresciam de modo acelerado.

Apesar de o segmento ter surgido só nesta década, Fernando Ângelo, 28, presidente da Sity, já compara as maiores do setor a dinossauros, sem a mesma flexibilidade das novatas para lançar novidades.

A startup, que prevê colocar seu aplicativo no mercado de São Paulo no dia 16 de junho, quer atrair motoristas prometendo mais segurança para eles --daí o S do início do nome da companhia.

Para isso, a empresa disponibilizará um botão de pânico no app para ser acionado em caso de alguma ameaça.

O serviço também exigirá que o passageiro digite mais dados pessoais do que nos outros para se cadastrar, diz o empresário. Eles também terão que tirar uma selfie com o celular para provar sua identidade.

A empresa terá um galpão logístico, que servirá para reunir entregas do comércio eletrônico que poderão ser levadas pelos motoristas como serviço complementar. Lá, haverá um restaurante para eles onde será possível almoçar por R$ 5 ou R$ 6, diz Ângelo.

"Se cuidarmos bem de nossos motoristas, eles vão cuidar melhor de nossos passageiros", afirma o empresário.

A startup cadastra condutores desde fevereiro. Segundo Ângelo, 2.000 já foram credenciados para trabalhar no app.

O escritório da Sity, com 25 funcionários, fica no mesmo local em que a espanhola Cabify começou suas atividades no Brasil, em 2016. Isso ajuda no cadastramento de condutores, pois o endereço é conhecido e tem credibilidade, diz ângelo.

A empresa cobrará dos condutores taxa de 10% do valor das corridas nos três primeiros meses e, depois, 15%. A Uber adota taxa de 25%.

Foram investidos R$ 7 milhões na Sity. A companhia quer levantar mais 60 milhões ainda em 2018.

A aposta da 4Move, que foi lançada em outubro, é premiar passageiros e motoristas fiéis para garantir uso frequente de seu serviço.

Cada quilômetro rodado por passageiros e motoristas dá um ponto no programa de fidelidade da empresa. Esses pontos podem ser trocados pela devolução de parte do dinheiro gasto com corridas ou prêmios, como ingresso de cinema, jantar ou eletrônicos.

Para poder acessar o aplicativo, o usuário precisa receber convite de quem já é cadastrado. Quando alguém convida um motorista ou passageiro, passa a ganhar pontos toda vez em que seu amigo pontua, diz Adriano Soncini, 33, diretor de marketing da 4Move.

Ele diz que a estratégia permite que a companhia cresça a partir do boca a boca, criando um grupo de usuários que incentiva o uso do serviço, o que reduz a necessidade de gastos com publicidade.

"Em vez de gastar milhões de reais em propaganda para dizer que a gente é muito bom, premiamos os usuários."

A taxa cobrada dos motoristas a cada corrida varia conforme a avaliação feita pelos passageiros, que vai de 0 a 5.

A cobrança parte de 20% e cada ponto ganho na avaliação dá desconto de um ponto percentual para o motorista.

Segundo o executivo, a startup levantou R$ 10 milhões em investimentos e tem 100 mil motoristas cadastrados.

A Uber informa ter 150 mil motoristas no estado de São Paulo e 500 mil no Brasil. No país, seu aplicativo funciona em mais de 100 cidades.

O serviço funciona em São Paulo, em Belo Horizonte, no Espírito Santo e em Aracaju.

Soncini diz que a meta da companhia é ter 10% do mercado de corridas quando a 4Move completar um ano.

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