Sem consenso, definição sobre tabela de frete pode ficar para agosto
Fux pediu que caminhoneiros e setor produtivo cheguem a consenso sobre valores
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A indefinição sobre a tabela de fretes para o transporte rodoviário de cargas pode durar pelo menos até o fim de agosto, se não houver acordo dos caminhoneiros com a indústria e o agronegócio na próxima semana.
"Somos contra qualquer tipo de tabelamento. [...] O mercado tem que ser livre para, em função de maior ou menor demanda, negociar preços", afirmou o presidente da CNI, Robson Andrade.
O chefe da assessoria jurídica da CNA, Rudy Ferraz, disse que, se não houver consenso na próxima semana, a entidade vai insistir na tentativa de suspender de forma cautelar os efeitos da tabela de frete até nova audiência.
O presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, disse que a categoria não concorda com uma tabela que seja apenas de referência. "Demonstramos a necessidade de preço mínimo", disse.
Wallace Landim, o "Chorão", motorista de Catalão (GO) também afirmou que uma tabela de referência não resolve a questão. "Só com piso mínimo é que termos acordo", disse.
Em documento apresentado a Fux, a CNA informou que, com 60 navios parados, a tabela de frete gerou um prejuízo de R$ 135 milhões em 20 dias nos terminais portuários.
O acréscimo do valor do frete, segundo a entidade, foi de 40%, em média, o que gerou prejuízo de cerca de R$ 10 bilhões no período, considerando os setores de soja e milho. O documento aponta, ainda, que metade do volume de embarque de arroz nos portos está represado.
A ANTT comunicou, nesta quarta, que abriu uma consulta pública para colher contribuições para metodologia e parâmetros utilizados na tabela de frete. O envio das contribuições vai até 3 de agosto.
A primeira versão da tabela de preços mínimos, publicada no dia 30, desagradou o setor produtivo, porque estabelecia preços que chegavam a quase três vezes o que era praticado antes.
Depois disso, a ANTT divulgou um novo documento, mas, quatro horas depois da publicação, o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, anunciou que o documento seria revogado.
Pressionado pela indústria e pelo agronegócio, de um lado, e por associações de caminhoneiros autônomos, de outro, o Palácio do Planalto torce, desde o começo do mês, para que a tabela seja derrubada pela Justiça.