Eunice foi uma mulher extraordinária, diz Mercadante em velório

Viúva de Rubens Paiva foi um dos símbolos da luta contra a ditadura militar no Brasil

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São Paulo

O velório de Eunice Paiva reuniu em São Paulo, na noite desta quinta, parentes, amigos, artistas e políticos em São Paulo.

Eunice era viúva do deputado Rubens Paiva, morto por militares em 1971, na fase mais dura da ditadura militar. Os esforços de Eunice para esclarecer a morte do marido fizeram dela um dos símbolos da luta contra as arbitrariedades da ditadura.

"Eunice foi uma mulher extraordinária", resumiu o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT).

Eunice Paiva, acompanhada do filho Marcelo Rubens Paiva, recebe a certidão de óbito de Rubens Paiva (seu marido desaparecido desde 1971), entregue pela funcionária oficial de justiça, Geny Morelli, no 1º Cartório do Subdistrito da Sé - Eduardo Knapp - 23.fev.1996/Folhapress


Mercadante é amigo de Vera, filha mais velha de Eunice e Rubens Paiva, desde 1973.

"Eunice viveu uma situação muito difícil. Tinha cinco filhos para criar sozinha. E não tinha um atestado de óbito, um documento para comprovar a morte do marido", comentou.

"Era uma mulher extraordinária. Toda a família foi muito atuante na causa democrática."

Sobre a data de hoje, que marca os 50 anos da edição do AI 5, diz que a família Paiva tem um carma, uma história muito forte.

"Até a hora de despedida de Eunice foi uma hora de denunciar, de se manifestar."

O vereador Eduardo Suplicy (PT) definiu Eunice como pessoa exemplar.

"Foi uma mulher, esposa, uma mãe exemplar. Uma das mais corajosas defensoras dos direitos humanos, da democracia e da realização da Justiça em nossa história."

Suplicy afirmou ainda que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), deve um pedido de desculpas públicas à família Paiva.

Suplicy fazia referência a um texto que um neto de Rubens Paiva, Chico Paiva Avelino, publicou no Facebook em 2014.

Segundo Avelino, durante homenagem a seu avô na Câmara, Bolsonaro teria cuspido num busto de Rubens Paiva inaugurado na ocasião e chamado o deputado de "comunista desgraçado, vagabundo".

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