Descrição de chapéu viagem férias

Cidade do Panamá parece até um bonsai de Miami com lojas e mais lojas

O canal é jogar e fazer compras nesta "Dubai  das Américas"

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

Anna Virginia Balloussier
Cidade do Panamá

​O que você sabe sobre o Panamá? Ok, eles têm o chapéu de palha estilosão que, apesar de levar o nome do país da América Central, tem suas origens a mais de mil quilômetros de lá, no Equador. 

E há, claro, o canal que liga os oceanos Pacífico e Atlântico e está para o turismo panamenho como o Cristo Redentor ou um par de Havaianas para o brasileiro.

Mas quem der uma chance ao país cuja capital é apelidada de "Dubai das Américas" perceberá que os atrativos locais são proporcionais aos "rascacielos" (arranha-céus) que se apinham na Cidade do Panamá

São colossos como a Trump  International Hotel & Tower, com seus 285 metros de altura (95 a mais do que o recordista brasileiro, o Orion  Complex, em Goiânia).

No prédio, aliás, aficionados por jogatina encontrarão o cassino mais badalado do país —atração proibida no Brasil desde que, em 1946, o então presidente Eurico Gaspar Dutra baniu jogos de azar, dizem que por pressão da sua mulher, católica fervorosa, Carmela (conhecida como, veja só, Dona Santinha).

Se férias em Miami enchem seus olhos, vale a pena considerar este destino onde ninguém precisa de visto para entrar (até mais ver, fila interminável na embaixada americana) e o afã por compras e obras de Romero Britto caem tão bem quanto um drinque caribenho (com guarda-chuvinha) antes do jantar. Ah, sim: passagens em geral mil reais mais baratas também podem apetecer o turista. 

O famoso canal do Panamá era, até 1999, administrado em conjunto com os Estados Unidos. Pois bem, a influência americana está por todos os cantos da capital, que por vezes parece um bonsai da cidade mais latina da Flórida —lojas, lojas e mais lojas coladas a fileiras de torres espelhadas, com estaturas e nomes que deixariam a Barra da Tijuca roxa de inveja, como a Yacht  Club  Tower (torre do clube de iate).

A moeda oficial, balboa, parece "fake news": não há notas circulando. O país usa dólar americano no dia a dia.

O maior e mais famoso shopping é o Albrook  Mall, com 421 lojas e serviços, incluindo grifes estrangeiras como a JLO, linha de moda feminina criada pela popstar americana Jennifer  Lopez. 

Amantes de bugigangas vão se deleitar em lojas do tipo R$ 1,99, caso da Todo a Dollar, onde um par de calçado genérico de Crocs para "niños" sai por US$ 2.

Os que preferem etiquetas ostentação vão se refestelar no Multiplaza, shopping com uma "avenida do luxo" e onde uma regatinha da Dolce & Gabbana é vendida a preço que equivale a cem tamancos de plástico da Todo a Dollar. 

Se o dólar não estiver nas alturas, os produtos no Panamá, em geral, saem mais em conta do que importados no Brasil. Shopaholics (viciados em compras), corram para as montanhas --de sacolas!

E também para uma colina de verdade, a Ancón, caso você queira apreciar a vista panorâmica da capital. O que também pode ser feito na torre que leva o nome do presidente Donald  Trump, apenas 15 metros menor do que a Ancón. Recomenda-se ali tomar piñas coladas ou mojitos, drinques populares no Panaviera, bar "rooftop" no 66º andar.

 

Praças com coreto e arquitetura colonial são um respiro para a atmosfera "made  in USA" que impera na capital do país, sob jugo da coroa espanhola até 1821 —até Símon Bolívar, o revolucionário que povoa sonhos da esquerda e pesadelos da direita, anexá-lo à Grã-Colômbia, projeto naufragado dez anos depois.
Como o Panamá não é muito grande, vale encarar voos de meia hora para conhecer picos menos urbanoides.

Caso da cidade com nome "piada pronta": Boquete. Lá fica o vulcão Barú, de onde se vê tanto o Atlântico quanto o Pacífico. Deu onda.

Relacionadas