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Campeã na luta, judoca supera medo de competir e vira caçula da seleção

Eduardo Knapp/Folhapress
Pindamonhangaba, SP, Brasil, 11-01-2016 18h03:Especial Olimpico. Retrato da judoca Larissa Pimenta,16 anos, em sala de hotel em Pindamonhangaba onde atletas estao realizando treinos preparatorios para as Olimpiadas(Foto Eduardo Knapp/Folhapress.ESPORTES). Cod do Fotografo: 0716
A judoca Larissa Pimenta, 16, que participa de treino da seleção adulta de judô em Pindamonhangaba

Larissa Pimenta, 16, exibe nas mãos as marcas de quem se submeteu a um esforço descomunal. A esquerda está enfaixada quase por completo, lesionada devido aos golpes sofridos. A direita tem calos e cortes.

Ela acaba de deixar mais um treino com a seleção brasileira feminina adulta de judô em Pindamonhangaba, a 145 km de São Paulo. Larissa é a caçula do grupo, bem mais jovem que as demais, e tem que lutar para aguentar o ritmo delas.

A judoca ganhou uma vaga na delegação, que treina desde a última quarta-feira (6) no interior paulista, porque tem se consolidado como uma das joias da nova geração da modalidade no país.

Em 2015, ela conquistou o título na categoria ligeiro (até 48 kg) do Troféu Brasil, a mais importante competição individual do país. Pelo resultado, foi convidada para treinar com a seleção adulta em Mangaratiba (RJ), na preparação para o Pan de Toronto.

De certa forma, Larissa apanha hoje para obter a recompensa no futuro. Até porque foi justamente para aprender a cair que ela procurou os tatames.

"Comecei o judô com oito anos, em uma escolinha de São Vicente. Muito foi por causa dos meus irmãos. Em casa, eles me batiam e a gente saía na mão, mas de maneira civilizada", contou a judoca, que simultaneamente ao judô também praticava luta olímpica, modalidade na qual também foi campeã nacional de base –sua irmã Leticia é atualmente um destaque nas seleções de base do país.

Aos poucos, com treino, Larissa superou o medo de competir. "Não gostava, só treinava." Assim que passou a competir, ascendeu rapidamente, com títulos nacionais menores que chamaram a atenção do Esporte Clube Pinheiros, clube para o qual se transferiu no início de 2014.

A troca de São Vicente por São Paulo foi penosa. "Todo dia eu chorava na república onde eu morava, que tinha várias atletas do judô", disse. Para amenizar a saudade ia –como ainda vai– todos os finais de semana para a cidade litorânea natal.

Ainda assim, Larissa cogitou parar com o esporte. E também considerou fazer outra coisa da vida no final do ano passado, quando sofreu o primeiro grande baque de sua carreira dentro do tatame. Apesar dos bons resultados, ela acabou preterida e não foi convocada para o Campeonato Mundial juvenil.

"Quis largar o judô. Treinei o ano todo e aí chegou na hora e não fui? Fiquei duas semanas sem treinar, desanimada", afirmou a judoca, de 1,56 m.

Segundo Larissa, o que a fez voltar a encarar o tatame como sua ocupação prioritária foi a convocação para o treinamento em Pindamonhangaba. Mesmo que tenha sido para "apanhar".

"Meu primeiro objetivo é ir entrar na seleção adulta, e aí ficar nela de vez", disse.

Em sua categoria estão a campeã olímpica Sarah Menezes e Nathália Brígida, que figuram entre as 20 melhores do mundo. Larissa não se intimida. "Eu sonho alto."

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