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A Vila Olímpica é segura, diz diretor do comitê da Rio-2016

A Vila Olímpica dos Jogos Olímpicos do Rio abre suas portas neste domingo (24), às 8h, em meio a sentimentos antagônicos.

Enquanto algumas delegações mostram com orgulho suas bandeiras nas janelas dos prédios, outras, por segurança, preferem se manter anônimas, evitando a mira de eventuais terroristas.

Nesta sexta (22), já era possível observar prédios decorados com as bandeiras de países como França e Reino Unido, próximos um dos outro em um dos lados do condomínio, ou Argentina, Austrália e Alemanha, vizinhos em outra ala.

Já os Estados Unidos devem repetir o que fizeram em outros Jogos e não identificarão seu prédio na parte externa. Assim como Israel, que, segundo a Folha apurou, estará no mesmo edifício da Suíça.

Local de atentado terrorista que deixou 11 mortos em Munique-1972, a vila que recebe atletas, técnicos e oficiais da Olimpíada é um potencial alvo de ataques.

Para o diretor de Relações com Comitês Olímpicos e Paraolímpicos Nacionais e Vila Olímpica da Rio-2016, Mario Cilenti, no entanto, não há motivo para insegurança.

"Não é mais ou menos segura porque é no Brasil. Aqui é seguro, foi a primeira instalação a ter varredura (dias 5 e 6 de julho), há cerca dupla, há controle como se fosse aeroporto. Obviamente, há os países que estão sempre em alerta porque é a vida deles, mas nada demais", afirma.

Ricardo Borges/Folhapress
Rio de Janeiro RJ,BRASIL, 22/07/2016 Foto do diretor executivo da Vila Olímpica, Mário Cilenti na Vila Olímpica que inaugura neste Domingo(24).; (Foto: Ricardo Borges/Folhapress. ) *** EXCLUSIVO FOLHA***
Diretor executivo da Vila Olímpica, Mário Cilenti, na Vila Olímpica, que será inaugurada no domingo (24)

Nem mesmo os recentes atentados na França e na Turquia ou a prisão de suspeitos de terrorismo no Brasil mudaram a rotina de segurança do local antes da abertura.

A Força Nacional de Segurança permanece dentro e fora do local 24 horas por dia.

"A preocupação com a segurança é igual desde que a gente estava na campanha de 2009. Nesta semana não piorou ou melhorou. Eles estão atentos à segurança. Não é preciso ter guarda na porta do prédio", diz o diretor.

Cada um dos 206 países pode ter agentes nos prédios, mas apenas como visitantes, convidados com os mesmos passes diários que são distribuídos pelos comitê olímpicos a familiares e patrocinadores, por exemplo.

No condomínio na Barra, atletas passarão por calçadões que replicam os de Copacabana e de Ipanema e vão se hospedar em 31 prédios divididos em sete blocos batizados com nomes de ícones cariocas (Arcos da Lapa, Pão de Açúcar, Apoteose, Corcovado, Dois Irmãos, Pedra da Gávea e Cidade do Samba).

O Brasil teve prioridade de escolha, e ficou com um prédio inteiro no lugar mais isolado. Os brasileiros também preferiram um edifício com a configuração de apartamentos com quatro quartos e com varanda grande, bem afastado da entrada do complexo.

Depois do país-sede, escolhem suas posições os dez melhores classificados nos últimos Jogos. Em seguida, os países até a 50ª colocação. Por fim, com as outras 156 nações a organização começa a "preencher os buraquinhos, como um quebra-cabeças".

Vila dos Atletas

Segundo Cilenti, apenas "três ou quatro países" ocupam um prédio todo e a maioria das delegações vai à Vila com menos de 50 hóspedes.

"Não gostamos de um prédio no condomínio todo europeu ou todo africano. Prefiro que os latinos não fiquem todos juntos, se não vira bagunça. Os caribenhos gostam de botar música alta e tem hora de silêncio a partir das 22h", explica Cilenti.

Além da música latina, o diretor diz que há curiosidades como um alce que o Canadá costuma montar em seu prédio e um totem da porta da Nova Zelândia, que faz a cerimônia do haka (dança típica dos maoris) na Vila.

Há um centro de recreação com música em um prédio afastado, que funcionará das 12h à 0h, com festa noturna. Na praça da Vila, haverá shows musicais e oficinas de samba e capoeira.

As 450 mil camisinhas que o Ministério da Saúde disponibilizou para os Jogos estarão distribuídas gratuitamente em 18 máquinas espalhadas em locais como a policlínica e a academia. "Elas serão usadas", afirma Cilenti.

Brasileiros na Rio-2016

EM OBRAS

Antes mesmo da entrada dos primeiros atletas, que ocorre neste domingo (24), delegados de 50 nações já habitavam a Vila Olímpica dos Jogos do Rio nesta sexta (22), durante visita da reportagem.

Enquanto alguns corriam para levar equipamentos de competidores, outros penduravam bandeiras nas sacadas dos prédios. Cores de Austrália, Alemanha, Canadá, Reino Unido, França, Eslovênia e Brasil estavam à vista em alguns dos 31 prédios que distribuem nos sete condomínios na Vila.

Nesta semana que antecedeu a abertura, cada país pôde ter até dez oficiais no empreendimento, para fazer os ajustes finais -atletas de 14 nações devem entrar na instalação logo no primeiro dia. Do Brasil, nove modalidades já entrarão no complexo.

Apesar da proximidade para o início do evento, a Vila ainda está em obras. Durante a visita, foi possível ver calçamento sendo feito, vidro de proteção rachado e muitas acabamentos por terminar.

Mario Cilenti, diretor da instalação, defendeu que isso não vai resultar em problemas.

"Tudo está finalizado. Essa pré-abertura é fundamental. O 'soft opening' é bom para os comitês olímpicos e para nós", afirmou. Segundo ele, as operações ainda estão em teste.

Entre elas, a do sistema de transporte, que funciona de maneira reduzida, apenas dentro do complexo. A partir de domingo, ele vai levar atletas a locais de treinamento, inclusive o próprio Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

"Quando você muda para um prédio, sempre tem que consertar isso aqui, ali, nada grande. Tem coisa que é melhor deixar para o final para não estragar."

Onde fica

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