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Ítalo-brasileira busca medalha inédita para o Brasil na esgrima

Seu primeiro nome é francês. O sobrenome, alemão. Nasceu na Itália. Defenderá o Brasil na Olimpíada.

A esgrimista Nathalie Moellhausen, 30, é uma cidadã do mundo. Nasceu em Milão, onde viveu até os 20 anos. Há dez, vive em Paris. Fala cinco línguas: italiano, português, francês, inglês e espanhol.

Filha de pai ítalo-germânico com mãe brasileira, ela defendeu a Itália nas Olimpíadas de Londres-12. Ficou em sétimo. Em 2009, foi ouro no mundial de esgrima.

Em 2014, foi convidada a fazer parte do time brasileiro. Seria oportunidade de agradar sua avó materna, imigrante italiana de 82 anos, que se fixou em São Paulo.

Até os 12 anos, Moellhausen visitava o Brasil uma vez por ano, no Natal e ano novo. Ela conta que a mãe a colocava, junto com a irmã mais velha, em um avião para visitar a avó em São Paulo, onde aproveitava para comer na cantina da tia avó na cidade. Também aproveitava para passar o réveillon na praia de Copacabana, bairro em que a família tinha casa.

"Vim ao Brasil em 2011, para uma Copa do Mundo de esgrima, após 12 anos longe do país. Eu sempre senti essa conexão. Naquele momento, eu pensei: 'preciso fazer alguma coisa aqui'. Não sabia que seria com a esgrima. Com a Olimpíada, pensei que seria a chance de juntar a duas paixões", disse à Folha.

Competir pela bandeira verde e amarela, ao que parece, dá sorte. Conquistou bronze individual e por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, no ano passado. Foi a brasileira –Moellhausen tem dupla nacionalidade– mais bem posicionada na competição.

Moellhausen será a primeira das sete esgrimistas brasileiras a lutar nas competições, que começam na manhã deste sábado (6). Outros nove homens defenderão a bandeira brasileira.

A competição dura um dia e, para conseguir a medalha, terá que disputar até cinco lutas. "Tenho que dar tudo de mim".

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

A esgrima surgiu na vida de Mollhausen na escola, aos cinco anos de idade, por incentivo do avô paterno. Em 2012, após os Jogos de Londres, deu um intervalo na carreira.

Dedicou-se a atividade de modelo– tem 1,77 metro, é esguia, tem sobrancelhas marcantes, olhos amendoados e uma pinta sobre o lábio–, de produtora de eventos e diretora de arte.

Na possibilidade de lutar contra uma italiana, diz que não ficará com coração dividido –sua primeira luta, às 9h de sábado, será contra uma americana. "Já fiquei [dividida], já perdi e já ganhei de competidoras italianas. Não sinto mais isso".

Pressão da torcida em "casa"? Ela diz que não sente. "Na esgrima o seu principal adversário é você mesmo. Apesar da pressão, chego muito tranquila, mais experiente, e muito motivada a dar trazer essa medalha inédita".

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Brasileiros na Rio-2016

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