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BBC

Bala certeira de atirador míope salva Brasil no primeiro dia da Rio-2016

Um atirador que sofre de miopia dos dois olhos foi certeiro para salvar o Brasil no primeiro dia de competições na Rio 2016.

A prata de Felipe Wu na categoria pistola de ar 10m do tiro esportivo neste sábado evitou que o país passasse em branco depois de um dia de frustrações no judô, quando Sarah Menezes e Felipe Kitadai não chegaram ao pódio.

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) definiu como meta para a equipe nacional na Rio 2016 terminar entre os 10 países com mais medalhas, algo nunca antes conseguido pelos atletas brasileiros.

A equipe brasileira precisar superar, e bem, as 17 medalhas obtidas em Jogos de Londres (2012), o melhor resultado em Olimpíadas e isso inclui buscar medalhas fora dos esportes que tradicionalmente trazem pódios.

Wu fez sua parte, já que o tiro brasileiro não conquistava uma medalha há 96 anos - nos Jogos de Antuérpia, em 1920, foram um ouro e uma prata individuais, além do bronze por equipes.

O paulista, neto de chineses, vive dias nem tão diferentes que o de Guilherme Paraense e Afrânio Costa, que conquistaram suas medalhas com armas e munições emprestadas da equipe americana, depois de parte do equipamento brasileiro ter sido roubada durante a viagem até a Bélgica. Nem por isso, Wu tem a vida facilitada. A começar pelo fato de que, aos 23 anos, está abaixo do limite de 25 anos estabelecido pela legislação brasileira para o porte de arma, mesmo para a prática do esporte.

Ele só consegue treinar e competir porque é atleta do exercito, que lhe dá uma permissão especial e que também precisa ser aplicada para a compra de equipamento e sua liberação pelas autoridades alfandegárias.

Outra dificuldade é o lado financeiro. O tiro é um esporte caro e Wu vive com um salário de menos de R$ 5 mil por mês, composto pelo soldo do Exército e uma bolsa do Governo Federal. Ele não teve local apropriado de treinos durante boa parte do ciclo olímpico: usou o quintal da casa dos pais em São Paulo, onde montou um estande, mede apenas 7 metros.

"É uma honra conquistar essa medalha no Brasil e espero que o esporte se torne mais popular e mais profissional também. As pessoas precisam olhar um pouco mais para o tiro esportivo. Batalhamos muito para estar aqui", disse o paulista no sábado.

Na quarta-feira, Wu disputa a categoria pistola de ar 50m. Sua pontaria poderá novamente ser muito necessária para manter o Brasil no rumo do top 10.

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