Enquanto atletas do mundo inteiro brigam na busca de ouro, prata e bronze, um indiano de 25 anos já carrega sua medalha no peito desde o dia em que pisou no Brasil.
É uma credencial da Rio-2016: chef de cozinha da Vila Olímpica, cuidando das comidas asiática e indiana.
A Olimpíada foi a realização de um sonho para Ishan Bahukandi. Há duas semanas no país, o indiano virou estrela. Serviu atletas do tênis e do hóquei na grama da Índia, o ministro do turismo de seu país e até Usain Bolt.
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Ishan Bahukhandi na Vila Olímpica, no Rio |
"Disseram que gostaram da minha comida", afirma o chef, que é faixa azul de taekwondo e jogador de críquete, esporte popular em seu país.
Bahukandi veio parar no Brasil a convite da chef Ana Zambelli, 43, gerente da Sapore, fornecedora oficial da Vila Olímpica.
"Conheci ele pelas redes sociais, porque trabalha em hotéis em Nova Déli [capital da Índia]. Ficamos falando sobre pratos e especiarias. Eu achava curioso porque ele era muito jovem e tinha muito conhecimento", conta a chef.
"Eu não queria uma estrela, porque pode criar um clima na cozinha. Mas agora ele está virando uma", brinca.
O visto de Bahukandi dura até dezembro, mas ele quer ficar no Brasil. Para isso se articulou. Conheceu Vijay Bavaskar, dono do restaurante indiano Samosa & Company, também pelas redes sociais.
"Ele foi muito esperto. Tinha desejo de vir para cá e fez amizade com muitos brasileiros nas redes sociais", conta Bavaskar. "Se tudo der certo, vai trabalhar para nós após a Olimpíada", completa.
O próximo projeto já está definido: vão lançar o "Curry em Casa", uma ideia para levar comida congelada indiana para os brasileiros.
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Ishan Bahukhandi na Vila Olímpica, no Rio |