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Com sotaque, brasileiras do golfe olímpico têm torcida barulhenta e curiosa

Nem no golfe a torcida brasileira se comportou. A plaquinha de silêncio, erguida antes de cada tacada, não foi suficiente para conter uma torcida animada pela presença de duas brasileiras.

"Acontece no mundo todo", minimizou a golfista Miriam Nagl, 35, com um português cheio de sotaque, resultado de sua mudança para Berlim, na Alemanha, aos oito anos. "Mas foi bom sentir a vibração e o apoio das pessoas."

A animação da torcida acabou sobrando para Victoria Lovelady, 29, penalizada por causa das várias interrupções durante seu jogo. "A organização disse que eu poderia ter reclamado a cada click de câmera, a cada criança correndo, mas eu não fiz. Estou muito emocionada de estar numa Olimpíada, quase chorei ao ser recebida com tanto carinho por gente que não conhece o esporte", disse.

O público que acompanhou as brasileiras era um misto de gente muito experiente e curiosos. Puderam ver a estreia de um campo de golfe novinho, construído especialmente para um triunfante retorno da modalidade após 112 anos, 116 no caso das mulheres.

Até pela falta de tradição que o esporte tem no Brasil, o país está representado por duas atletas que moram no exterior. "É uma honra para mim estar aqui. Isso significa muito mais do que qualquer prêmio em dinheiro", afirma Miriam, que está tendo que encarar as melhores do mundo na competição.

Ricardo Borges/Folhapress
A atleta brasileira de golfe, Miriam Nagl, durante a Rio-2016
A atleta brasileira de golfe, Miriam Nagl, durante a Rio-2016

Já a categoria masculina teve várias baixas. Alguns alegaram não vir por causa dos casos de zika, mas sabe-se que o real motivo era a falta dos prêmios em dinheiro.

O sobrenome de Victoria é fruto do casamento de seis anos com um norte-americano. Atualmente a atleta se divide entre a Europa, onde disputa o circuito europeu, e São Paulo.

A atleta é reconhecida não apenas pela qualidade de seu golpe, mas porque toca violão e compõe suas próprias músicas. "Quase sempre bossa nova", conta.

Miriam trouxe a filha de um ano e meio pela primeira vez ao Brasil. "Quero que ela conheça a minha história. Não há lugar no mundo tão bonito como o Brasil. Sinto falta desse calor das pessoas", diz. "Sinto falta de feijão também."

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

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