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Deputada diz que testemunhas de rota de tráfico foram mortas

08/06/2000 12h12
LEONARDO FUHRMANN, repórter da Folha Online

A deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), integrante da CPI do Narcotráfico na Câmara Federal, afirmou que três pessoas que poderiam testemunhar sobre o esquema de tráfico de drogas que passa pelas cidades de Maricá, no interior do Rio de Janeiro, e Atibaia, em São Paulo, já foram mortas. Ela acredita que esteja havendo queima de arquivo.

No dia 26 de abril de 1999, o dono do hotel Parque Lane, em Cordeirinho, no interior do Rio, Franco Peliciota foi morto a tiros. Neste mesmo dia a escola de aviação Fab demarcações para treinos noturnos no aeroporto de Maricá. A chefia do aeroporto disse que foi avisada das demarcações informalmente.

As marcações facilitam os vôos clandestinos, que são geralmente à noite. Estes vôos poderiam fazer parte do esquema de tráfico de drogas.

A segunda morte aconteceu, segundo a deputada, no dia 30 de abril de 1999. O coronel-aviador Paulo Roberto de Souza Machado foi interceptado na saída do aeroporto de Maricá por duas Kombis sendo encontrado morto na estrada de Ubatiba, no interior do Rio, próximo de sua casa.

No dia 22 de maio, a vítima foi Waldevir Pereira Machado, conhecido como Val, gerente do hotel de Peliciota, foi moto a tiros em um bar próximo ao hotel.

Segundo a deputada, logo após a morte de Peliciota, o carcereiro Paulo Pouchet teria estado com Val que lhe teria entregado uma grande quantidade de cocaína que estaria guardada no hotel. Pouchet teve sua prisão decretada, mas negou tudo.

Segundo a deputada, no depoimento de pessoas ligadas ao aeroporto de Maricá e à escola de aviação Fab, a CPI do Narcotráfico encontrou vários indícios de envolvimento com tráfico internacional de drogas.

A deputada disse que, após estas mortes, outras pessoas que estão sendo investigadas teriam abandonado a cidade com medo de também serem assassinada.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro disse que já têm suspeitos de quem possa ter cometido os crimes. Segundo a CPI, o aeroporto de Maricá não possui qualquer controle sobre produtos que sejam desembarcado ou embarcados, o que facilitaria o uso por narcotraficantes.

A administração do aeroporto não conseguiria fazer, segundo a deputada, com que a escola de aviação obedecesse as normas de controle e segurança. Ela disse também que não há qualquer vigilância no finais de semana e durante a noite. O aeroporto não possui equipamentos para vôos noturnos ou com tempo encoberto.

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