Prêmio Folha Categoria Reportagem 1996
Diminuem ataques no sul do Líbano


22/04/96
Editoria: MUNDO
Página: 1-14


IGOR GIELOW
do enviado especial

Enquanto diplomatas tentam achar uma saída para o conflito Hizbollah-Israel, a intensidade dos ataques diminuiu de ambos os lados.
Segundo a ONU, ontem foi o dia mais tranquilo desde o início da operação militar de Israel no Líbano. Dez pessoas ficaram feridas.
Os israelenses lançaram ataques contra posições perto de Tiro, porto no sul do Líbano, com helicópteros e caça-bombardeiros.
Peças de artilharia acertaram alvos junto a Chaqra, vilarejo no sudeste libanês.
Um homem de 90 anos e sua filha ficaram feridos por disparos contra sua casa em Chaqra. Outros dois civis ficaram feridos em bombardeios contra a cidade.
Israel afirmou que estava retaliando contra ataques ao norte de seu território feitos pelo Hizbollah, usando mísseis Katiucha.
Cinco pessoas, entre elas um militar libanês, foram atingidas por ataques de barcos da Marinha israelense contra a estrada que liga Sidon a Beirute. Outro militar libanês ficou ferido pelo lançamento de um obus perto de Nabatieh.
Sidon Na noite de anteontem, houve um grande ataque contra posições ao norte de Sidon. A estrada que liga Beirute à cidade ficou fechada a noite toda.
Ontem, apenas comboios com ajuda humanitária para refugiados no sul passaram pela rota, uma das principais do país.
Segundo um porta-voz das tropas das Nações Unidas no Líbano, Israel havia lançado até a noite de ontem quatro ataques aéreos, contra mais de 60 no sábado.
Cerca de 700 disparos de artilharia foram feitos. Anteontem, foram mais de 2.000.
O Hizbollah lançou 25 foguetes Katiucha contra a região de Kiryat Shmona, norte de Israel, menos da metade que no dia anterior. Não havia notícias de vítimas nem danos materiais.
Desde o começo da operação militar de Israel, que ontem completou 11 dias, cerca de 500 Katiuchas caíram em território israelense.
No Líbano, mais de 130 civis foram mortos e cerca de 300 feridos pela retaliação de Israel. O incidente mais grave ocorreu na quinta passada, quando 101 civis morreram em um bombardeio à base da ONU em Qana.


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