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Comentários de Gelson Oliveira
Em 17/12/2008 15h13
O episódio envolvendo militares do Exército e alguns civis apropriando-se de doações destinadas às vítimas das enchentes em Santa Catarina revela a falta de controle por parte dos responsáveis pela guarda e distribuição dos donativos e de regras claras e objetivas sobre o risco de apropriação daqueles objetos destinados às vítimas da enchente. A exposição à mídia e a reprovação social a que foram submetidos, mostraram-se excessivamente desproporcionais diante das circunstâncias em que ocorreram os fatos. Afinal os super-soldados e os super-cidadãos voluntários, nem nenhum dos seus familiares, podem estar incluídos entre os que foram afetados pelas chuvas em Santa Catarina. Os militares são, inclusive, considerados superiores ao tempo. Classificar a conduta daquelas pessoas como inadequada ou anti-ética, é até aceitável. Mas querer classificá-la como furto, considero mesmo uma aberração. E ainda que assim pudesse ser considerada estaria abrangida pelo princípio da insignificância. Afinal eram toneladas de donativos, em volume mais do que suficiente para todos os atingidos. É necessário definir quais são os direitos daquelas pessoas que trabalharam voluntariamente na distribuição dos produtos ? Ou se se pode supor que voluntário tem sempre que trabalhar de graça. Ou que não tenha necessidade de nada. Não se tem notícia da existência de regras objetivas sobre tal proibição ou sobre a incidência de crime.

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