A
diminuição das taxas de fecundidade traz também
oportunidades que podem ser aproveitadas pelo país
para acelerar o crescimento econômico e investir mais
na infância, afirmam pesquisadores.
Um trabalho divulgado no mês passado pelo pesquisador
Sergei Soares, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), mostra, por exemplo, que o Brasil já vive
um bônus demográfico no acesso à escola.
Ou seja, o número de crianças a serem atendidas
a cada geração é decrescente, o que facilita
que haja um aumento de recursos por aluno.
Esse "bônus", para muitos pesquisadores, pode
ser aproveitado também para acelerar o crescimento
econômico.
Essa situação acontece quando a população
em idade ativa de um país começa a se sobrepor
à inativa.
A tese deles é de que um trabalhador que tenha menos
crianças ou idosos para sustentar pode ser mais produtivo
do que um que tenha mais filhos ou inativos como dependentes.
Oportunidades
Essa situação, no entanto, só é
aproveitada se forem dadas oportunidades de trabalho a essa
população.
Além disso, essa condição tem prazo para
terminar já que, a partir de algum momento, a queda
no número de crianças é compensada pelo
aumento no total da população idosa, fazendo
com que a proporção de dependentes passe a crescer
novamente.
Para o demógrafo José Eustáquio Alves,
estudioso do tema, o país precisará saber aproveitar
esse momento.
"Antes do envelhecimento e da redução da
população, o Brasil vai passar por uma janela
de oportunidade demográfica que possibilitará
uma arrancada do desenvolvimento e um aumento da qualidade
de vida, desde que este bônus seja inteligentemente
aproveitado", afirma o pesquisador.
Links relacinados:
Natalidade
caiu até entre menos escolarizados
País
envelhece com mais rapidez do que se previa
Áudio dos comentários
|