REFLEXÃO


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pensata
13/12/2007

Um recado contra o desperdício

Há uma série de razões para explicar a derrota do governo, entre as quais as suas falhas de articulação no Congresso, o jogo baixo de barganhas, o medo de que a vitória da prorrogação da CPMF turbinasse a candidatura presidencial do PT e a necessidade da oposição de ocupar espaço diante da opinião pública. O que importa, porém, é o crônico cansaço do brasileiro diante do gasto público ao mesmo tempo em que paga mais impostos.

Periodicamente, são publicadas notícias sobre nosso atraso social em comparação com nações mais pobres, a exemplo dos indicadores educacionais divulgados na semana passada. A insegurança nas cidades é generalizada, os serviços públicos são ruins, há falta de investimentos. Mesmo assim, os impostos não param de subir.

Cria-se uma desnecessária emissora de televisão pública ao custo inicial de R$ 350 milhões, fala-se em dar dinheiro para o Banco Sul, inventado por [Hugo] Chávez, anunciam-se mais dezenas de milhares de contratações. Vemos salários públicos ganharem as alturas.

Há muito tempo vem ganhando o descontentamento menos sobre o quanto pagamos de imposto (e é muito para uma nação emergente) e mais sobre como ele é usado --esse sentimento foi a grande força por trás da derrota do governo.


Coluna originalmente publicada na Folha Online, editoria Pensata.

   
 
 
 

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