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lixo
09/09/2004

Cooperativa muda a vida dos catadores

O ex-catador de material reciclável no extinto lixão de Canabrava, Genivaldo Bispo dos Santos, 34, é o vice-presidente da Cooperativa de Catadores-Caec formada por 47 cooperados. Juntamente com Ubiratan Lomanto compôs o hino da cooperativa, que segundo ele, foi feito para dar uma pausa no sofrimento e festejar as conquistas. Todos eles relatam a melhoria ocorrida em suas vidas desde que passaram a trabalhar cooperativamente.

A Caec é uma das iniciativas voltadas para a promoção dos catadores de material reciclável, em Salvador. Formada por ex-catadores do lixão de Canabrava, foi criada com apoio da ong Pangea que faz o treinamento e viabiliza recursos de parceiros para a infra-estrutura e benefícios como cesta básica e vale transporte. Cada cooperado recebe em média R$ 300 por mês.

Em fase de incubação, a Caec busca a auto-sustentação. Com o trabalho dos cooperados já são pagas as despesas de água, luz e telefone. Os custos com frete de caminhões para transporte do material e o aluguel do galpão ainda são bancados com recursos dos apoiadores (União Européia, Cooperação para os Países Emergentes – Cospe, Secretaria Estadual de Combate à Pobreza e as Desigualdades Sociais, Program Fome Zero, Bahiapet Reciclagem, Braskem, Projeto Axé e Petrobras).

Com a ajuda de escolas, condomínios e empresas que aceitam a colocação dos seus conteiners, a cooperativa tem conseguido vender de 35 a 40 toneladas/mês de materiais como papel, papelão, plático, pet e metais. O vidro é doado para o hospital do Câncer. Um problema ainda é a perda de cerca de 15% do material coletado por se tratar de resíduos não-recicláveis como papel carbono, copos descartáveis, clips, disquetes e outros que as pessoas descartam como se fossem recicláveis. “Além de não aproveitarmos, ainda temos que pagar o frete para o aterro de Simões Filho”, observou o cooperado e coordenador de triagem, José Antônio Souza dos Santos, 32.

Uma diferença básica na operação da coleta seletiva da Caec, em relação à que é feita pela prefeitura, é que, para participar basta separar o que é reciclável do que não é reciclável, não sendo necessário separar por tipo de material- plástico, metal, papel e vidro. Para a moradora de um dos condomínios que colaboram com a cooperativa, Alzira Contreiras Santos, esse formato tornou a separação do lixo mais descomplicada. Admitindo-se como uma principiante em reciclagem, ela acha que a idéia tem que ir para as escolas. “Não fomos educados para separar o lixo. Isso pode ser ensinado às crianças”, disse.

As informações são do jornal A Tarde, Salvador - BA.

 
 
 

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