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Dia 13.12.02

 

Empresários têm visões antagônicas sobre Lula

O futuro governo desperta duas perspectivas conflitantes no empresariado. Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aponta que 51% dos entrevistados acham que Lula (PT) tem uma grande capacidade para aprovar projetos no Congresso. No entanto, essa é a mesma proporção dos que acham que o próximo presidente tem grande chance de perder o controle da inflação.

O levantamento, encomendado pela Fiesp para a Fundação Getúlio Vargas, mostra ainda que cerca de 65% dos empresários acham que a possibilidade de indexação, de aumento de desemprego, de uma nova crise energética ou de maior incidência de greves trabalhistas é mínima. A maioria dos entrevistados é dona de pequenas empresas.

Há, porém, um certo ceticismo quanto a capacidade do governo de Lula de implementar as políticas mais urgentes, na visão dos industriais. Cerca de 57% deles acreditam que as chances de ver suas prioridades atendidas é muito baixa. No entanto, de modo geral, a perspectiva com o novo governo é positiva. Dos entrevistados, 77% julgam que administração petista será boa ou ótima.

(As informações são do Jornal Valor Econômico)

Leia mais:
- Primeiro ano de Lula não entusiasma as empresas

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Primeiro ano de Lula não entusiasma as empresas

O setor produtivo não acredita que as principais variáveis macroeconômicas apresentem mudanças significativas no primeiro ano do governo Lula. A despeito desse cenário, as empresas estimam que conseguirão produzir mais, aumentar as exportações e os lucros e que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2003 vai crescer mais do que em 2002.

Em síntese, foi o que apontou pesquisa divulgada pela consultoria Deloitte Touche Tohmatsu, que possui escritórios em 140 países e atua no Brasil desde 1911.
De acordo com a pesquisa, a taxa de inflação do IPCA (a inflação oficial, calculada pelo IBGE), será de 11% no próximo ano. Entre janeiro e novembro deste ano, a alta acumulada do IPCA chega a 10,22%. O mercado financeiro aposta que o fechamento de 2002 será na casa de 11%.

Ao serem indagados sobre a expectativa da taxa de juros em 2003, 37% dos executivos apostaram que ela ficará nos mesmos níveis deste ano. Para 49%, deverá diminuir, enquanto apenas 14% acreditam que subirá mais.

Foram enviados questionários às mil maiores empresas do país (nacionais e estrangeiras). As que responderam representam faturamento total de R$ 95 bilhões. Do grupo, 52% são controladas por capital estrangeiro.

Sobre o comportamento do câmbio, 38% dos empresários afirmam que o real deverá desvalorizar-se em relação ao dólar em percentuais superiores à inflação. Para 30%, a desvalorização acompanhará a inflação. E 32% estimam que será em níveis (nominais) inferiores à inflação.

A pesquisa revelou que as empresas têm uma expectativa ambígua quanto ao governo Lula. Primeiro porque consideram que o governo priorizará aspectos considerados chaves para suas áreas de atuação: incentivo à produção agrícola e à produção industrial. Ao mesmo tempo, são céticos em relação ao sucesso do futuro governo ao tratar da política cambial.

Quando indagados sobre o incentivo à produção industrial, 63% disseram ter boas expectativas sobre a atuação do gabinete petista. Percentual praticamente igual aos 62% que têm boas perspectivas de que a agricultura estará entre as prioridades do novo governo. Educação e saúde também foram citadas como áreas que deverão ser beneficiadas.

O mesmo otimismo não existe quando o assunto é a política cambial. Apenas 1% do empresariado diz que o governo terá ótima atuação nesse campo. Para a maioria (50% dos entrevistados), o desempenho será apenas regular. Outros 28% o prevêem como bom. E não desprezíveis 17% apostam que o PT será malsucedido nesse item. ""Como ainda não eram conhecidos os nomes da equipe econômica, essa incerteza pode estar refletida na pesquisa", disse Edgar Jabbour, sócio-diretor da Deloitte.

Na lista do que deveriam ser as prioridades do novo governo, em um questionário de múltiplas respostas, a reforma tributária despontou com 88% das citações.
Em seguida, apareceram crescimento econômico (65%), reforma da Previdência (62%), controle da inflação (53%), incentivo a investimentos que gerem empregos (51%) e, por fim, incentivo às exportações (50%). A maioria (68%) não prevê mudança na carga tributária em 2003.

Sobre as formas com as quais pretendem financiar seus investimentos em 2003, 68% das empresas responderam que o farão com recursos próprios. Outras 31% pretendem recorrer a financiamentos no mercado interno para se expandir e 22% vêem nos bancos oficiais uma fonte de recursos para possíveis investimentos.

Entre as empresas estrangeiras, 66% afirmaram que continuarão a investidor no Brasil, enquanto 30% disseram não ter nenhum plano de investimento a curto prazo. Somente 4% disseram pretender desinvestir.

Os lucros deste ano, aponta a pesquisa, aumentaram em relação aos de 2001 em 49% das empresas consultadas. Diminuíram em 35% delas e, em 16%, se mantiveram no mesmo nível do ano passado.

A grande maioria (74%) prevê que conseguirá obter maiores lucros em 2003. Expectativa que se confirma quando 55% dos consultados respondem que acreditam que vão utilizar mais de 80% da capacidade produtiva instalada ao longo do ano.

Aparentemente, as empresas vislumbram somente uma alternativa a curto prazo para verem cumpridos seus planos de aumentar os lucros e a produção. A saída, dizem, são as exportações.

De acordo com a pesquisa, somente uma de cada quatro empresas consultadas não realiza operações de comércio exterior: 60% são exportadoras e 62% importam mercadorias.

Os empresários defendem uma política de prioridades no mercado exterior oposta à anunciada pelo futuro governo. Para 39% deles, a Alca será o bloco econômico que mais benefícios trará ao Brasil. Por isso, 87% disseram ser favoráveis à sua criação.

(Folha de S. Paulo - 13/12/02)

 

 
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