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Brasileiros
que vivem na miséria criam própria moeda para sobreviver
Os excluídos da sociedade no nordeste brasileiro, onde segundo
estatísticas do IBGE aproximadamente 50,9% da população
vive com menos de um salário mínimo por mês,
encontraram uma solução inteligente para driblar a
falta de dinheiro: passaram a confeccionar sua própria moeda.
Desde o ano passado, os moradores do Conjunto Palmeiras, um bairro
pobre a 18 quilômetros do centro de Fortaleza (CE), fazem
suas compras com o palma, moeda criada pelo cearense João
Joaquim Segundo. O "dinheiro" é emitido pelo Banco
Palma$, instituição financeira que fabrica o papel-moeda
que anda circulando de mão em mão entre os cerca de
30 mil moradores do bairro. "Meus clientes são os desbancarizados.
São aquelas pessoas que foram excluídas da sociedade
e, por isso, se alimentam da própria miséria",
afirma Segundo.
Feitas em computador ou gráficas de fundo de quintal e válidas
por uma espécie de acordo coletivo numa determinada área,
as moedas alternativas vêm ganhando nomes variados pelo Brasil
afora: tupy, zumbi, lua, bônus e ecosol. Todas usam o real
como lastro. Em termos econômicos, ao trocar o real pelo palma,
os moradores do Conjunto Palmeiras estão rompendo com a estrutura
monetária vigente no Brasil.
O mais surpreendente é que não estão sozinhos
nessa empreitada. As moedas sociais, como são chamados esses
papéis-moedas, são uma invenção dos
anos 80. Primeiro vieram os clubes de troca, em resposta ao desemprego
e à queda da atividade econômica em muitos países.
O exemplo mais corriqueiro é o da vizinha Argentina. Os membros
desses clubes reúnem-se periodicamente para trocar ou vender
produtos.
Leia
mais:
- No
país do real, os mais pobres driblam a falta de dinheiro
com a criação de moedas próprias
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