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29/04/2007

Idosos abrem mercado a cuidador

Não há pré-requisitos para ingresso no setor; cresce procura por profissionais qualificados

Durante os últimos três anos, Miriam Destro, 50, passou metade das horas de seus dias com uma paciente que, aos 82 anos, tem as funções cerebrais prejudicadas pelo mal de Alzheimer.

"Fico o dia inteiro ao lado dela. No café, no banho, na troca de roupas, tenho de ajudá-la em todas essas tarefas", conta.

Destro faz parte de uma categoria cada vez mais popular no mundo: a de cuidador -profissional cuja tarefa é impedir que as limitações físicas do idoso o afastem do convívio social.

E, no Brasil, se as estatísticas se confirmarem, haverá um aumento significativo de trabalhadores nessa ocupação.

Até 2025, deve haver cerca de 34 milhões de pessoas com mais de 60 anos no país.
Isso representa um crescimento de 137% em relação ao ano 2000, de acordo com pesquisa do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"O Brasil está envelhecendo, o que aumenta a procura por profissionais especializados em cuidar dos idosos", afirma a enfermeira Manuela Couto, uma das idealizadoras de um curso de orientações no cuidado de pessoas da terceira idade, realizado pelo Hiléa (centro de vivência e desenvolvimento de idosos do Brasil) em parceria com a USP.

Não há pré-requisitos para o ingresso na área. Especialistas, no entanto, recomendam que o profissional reúna conhecimentos em terapia ocupacional, geriatria e fisiologia, já que essas informações podem auxiliar no tratamento do paciente.

Formação
Já há, contudo, grupos formados para o estudo de um padrão de capacitação de cuidadores, de acordo com a professora do departamento de Assistência Social da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Ursula Karsch.
Para ela, as indefinições na formação são as maiores barreiras para que a atividade se torne "mais profissional".


Tomás Chiaverini
Folha de S.Paulo