A
Emef Jackson de Figueiredo, na zona leste de São Paulo,
é a escola que conseguiu atingir o maior índice
de primeira a quarta séries na rede municipal de São
Paulo: 6, em uma escala que vai de 0 a 10.
Apesar da primeira colocação, alguns pais dizem
que a escola ainda tem o que melhorar. "Seis é
pouco. Acho que as crianças hoje não têm
motivação para estudar porque não têm
nota nem repetem de ano", diz Bianca dos Santos, mãe
de dois alunos da escola. "Outro problema é que
os professores faltam muito. Neste ano, até que melhorou,
mas em 2006 era muita aula vaga." Ângela, que tem
um filho no colégio e não quis dar o sobrenome,
acha que falta organização na escola. "Perto
do que tem por aí, até que o ensino é
razoável. Mas não há tanta cobrança
como no meu tempo e parece que, assim, as crianças
aprendem menos."
A Folha solicitou à Secretaria Municipal
de Educação entrevistas com a diretora da escola
e com o secretário da pasta, Alexandre Schneider, sobre
os resultados da rede no Ideb. Segundo a assessoria de imprensa
da secretaria, ainda era preciso analisar melhor os resultados,
e o pedido foi negado.
O mesmo ocorreu com a solicitação para conversa
com a diretora da Emef Profª Maria Antonieta D'Alkimin
Basto, melhor colocada de quinta a oitava séries da
rede, com 5,5. A reportagem procurou também a Prefeitura
de São Paulo, que informou, por meio de sua assessoria
de imprensa, que não faz ranqueamento das escolas porque
todas recebem o mesmo tratamento por parte da administração.
Por isso, segundo a assessoria, a reportagem não seria
autorizada a entrar nas escolas. Os diretores também
foram proibidos de falar com a Folha.
A Folha foi orientada pela própria
prefeitura a procurar os pais de alunos para que eles falassem
sobre a escola. Nenhuma instituição da capital
paulista ficou entre as 50 melhores quando é levado
em conta o ranking da rede municipal nacional. Neste ranking,
o primeiro lugar de primeira a quarta séries ficou
com a Emef Profª Helena Borsetti, de Matão (SP).
De quinta a oitava séries, a primeira colocação
é da Escola de Formação Prof. Governador
Portela, de Miguel Pereira (RJ).
As escolas estaduais de São Paulo que funcionam na
capital não têm Ideb porque participaram só
por amostragem.
Daniela Tófoli
Evandro Spinelli (colaborou)
Folha de S.Paulo.
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