educação
03/07/2007

Pais dizem que alunos sofrem exclusão na escola nº 1 do Ideb

Erika Vieira


A Escola Municipal Maria Antonieta D'Alkimin, número1 na avaliação do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) - de 5ª a 8ª série -, caracteriza-se por ter uma grande participação comunitária. Os pais se mobilizam param viabilizar atividades educativas a seus filhos.

Apesar disso, muitos pais consideram que a escola peca por não incentivar a inclusão de todos os alunos nessas atividades. A instituição localiza-se na Vila Olímpia, região nobre da cidade de São Paulo, mas grande parte dos estudantes são de áreas carentes, como a favela do Coliseu e a Comunidade Funchal. Os pais dos alunos desses locais contam que as crianças são selecionadas para participar de excursões. “Escolhem um determinado número de alunos para ir aos passeios e sempre são os mesmos. Todos devem participar em especial os alunos que são considerados com 'problema de comportamento' ”, diz Ana Lúcia Teixeira Costa, membro da Associação de Pais e Mestres.

A diretora, Isabel Maria Mangabeira, não considera o fato como exclusão. Diz que, quando há restrição do número de visitantes em uma excursão, a escolha é feita pelos professores, e o critério utilizado é a opção pelos alunos mais dedicados, não em função do poder aquisitivo. Ressalta, porém, que geralmente as turmas vão completas. “Todos são tratados como alunos nossos, independentemente do local em que moram ou da situação econômica.”

Um abaixo-assinado foi organizado para reclamar de todos os problemas da escola, entre os quais se destaca a omissão da direção. Os pais também declaram que a instituição não apóia os estudantes que moram longe, criando regras que dificultam o acesso dos estudantes ao ambiente escolar, como o fato de o portão fechar dez minutos após o sinal bater. “A maioria vem de ônibus, muitas vezes atrasa mesmo”, declara Maria das Graças da Silva Liborge, organizadora do documento e mãe de um aluno da 5a série. Já a diretora diz que o portão principal fecha, porém, se o responsável pelo aluno apresentar uma justificativa na secretaria, a criança poderá entrar e assistir às aulas normalmente. Quanto ao abaixo-assinado, ela declara não ter conhecimento de sua existência.

Outra mãe de aluno reclama de exclusão na escola. Antônia L. de Souza, com uma filha na 7ª série, diz que os estudantes são impedidos de participar de olimpíadas escolares. “Todo ano é uma luta para inscrever os alunos nas olimpíadas. Houve até o caso de uma professora que pediu transferência por causa disso.” E ainda complementa: “Tenho indignação de não poder ter uma escola boa do ponto de vista da direção, não de ensino, porque os professores fazem um trabalho muito bom”.

   
 
   
 

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