.
              
 
HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

rio de janeiro
05/10/2004
Cidade ganhou 14.400 árvores nativas

Saem casuarinas, figueiras e amendoeiras, entram ipês — o roxo, o tabaco e o branco — paus-brasis, paus-ferros, sibipirunas, oitis. Um ano depois de anunciada a nacionalização das árvores das áreas urbanas da cidade, que prevê a substituição gradual de espécies exóticas por nativas, a Fundação Parques e Jardins (FPJ) mostra os primeiros resultados: das 16 mil árvores plantadas nos últimos 12 meses, cerca de 90% são originárias da Mata Atlântica, nada menos que 14.400 exemplares.

A mudança ainda não é significativa no universo das cerca de 600 mil árvores de toda a cidade, mas indica o início de um projeto de longo prazo. A substituição é lenta porque o plantio de árvores nativas se dá apenas após a morte de espécies exóticas ou em áreas onde não havia nada plantado. Ainda assim, há casos em que espécies de outros países são replantadas após a morte, pela importância paisagística ou histórica na cidade.

Impacto da nacionalização
Para a engenheira agrônoma Denise Bordallo Amorim, chefe da Divisão de Arborização da FPJ, em dez anos o carioca sentirá a diferença:

"O movimento é de substituição gradual pelas nativas, mas algumas espécies exóticas importantes para a cidade são repostas após a morte. Ainda não sentimos muito porque as mudas não têm tanto impacto na cidade. Com o tempo, a população vai perceber que as nativas respondem melhor ao clima tropical".

Segundo levantamento do paisagista Adilson Roque dos Santos, publicado pelo GLOBO ano passado, 84% das árvores da cidade são exóticas. A espécie mais encontrada é a indiana amendoeira, em 27% do espaço urbano carioca.

A invasão estrangeira começou no Império, quando portugueses introduziram espécies no país e, mais tarde, foi seguida por paisagistas como o francês Auguste Glaziou, autor de jardins da cidade.

Ao longo dos anos, cerca de 500 mil árvores da cidade serão substituídas. As árvores plantadas este ano pela FPJ são parte do programa Habite-se, que determina o plantio deu uma certa quantidade de exemplares a partir de um cálculo de área construída. Além das 16 mil mudas em áreas públicas, foram plantadas mais sete mil em terrenos particulares. A maior compensação verde vem das construções industriais: uma muda a cada 20 metros quadrados de construção. A menor é exigida nas residenciais: uma muda a cada 150 metros.

O programa permitiu, por exemplo, que as australianas casuarinas do canteiro central da Lagoa Rodrigo de Freitas fossem substituídas, após a morte, por ipês. Em outro ponto da Lagoa, os técnicos plantaram pau-brasil. Mas a maior parte das mudas foi para as zonas Norte e Oeste. Em Inhaúma, o destaque são as fileiras de ipê-roxo e barba-de-barata plantadas na Rua Padre Januário.

Na mesma linha da FPJ, a Secretaria municipal de Meio Ambiente vem fazendo há 17 anos um replantio das áreas naturais de Mata Atlântica desmatadas com o projeto Mutirão Reflorestamento. Desde o início do projeto, foram plantadas 3,6 milhões de mudas em 16 milhões de metros quadrados.

 

TULIO BRANDÃO
do jornal O Globo

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANteriores
04/10/2004 Sebrae promove treinamento sobre higiene no Ceará
04/10/2004
Brasil avança, mas desigualdade persiste
01/10/2004
TCU dá prazo para controle do Bolsa Família
01/10/2004
Plano tentará reduzir preço de livro
01/10/2004 Idosos também têm direito a transporte alternativo
01/10/2004 ProUni abre brecha a antigas filantrópicas punidas
01/10/2004 Pequeno agricultor poderá explorar turismo
01/10/2004 Lula cobra de ministros metas sociais
30/09/2004 Presidente irá orientar a integração de programas sob marca Fome Zero
30/09/2004 Hábitos do brasileiro se transformam em 10 anos