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08/03/2004
Cresce a preocupação com desemprego na gestão Lula

Praticamente a metade dos brasileiros -49%- afirmam que o desemprego é o principal problema do país, segundo pesquisa Datafolha de 1º de março. Trata-se do percentual mais alto verificado desde dezembro de 1999, na gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando 53% faziam essa avaliação. E é o segundo mais alto já aferido pelo Datafolha.

Na época, a taxa de desemprego era de 6,3%, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em janeiro deste ano, para o mesmo IBGE, estava em 11,7%.

Não por acaso, o desemprego é o ponto que mais atrapalha a imagem do governo Luiz Inácio Lula da Silva: 31% das pessoas dizem que a geração de emprego é a área em que Lula está indo pior.

O problema também angustia os candidatos a prefeito pelo PT em 2004. A tal ponto que o partido cobrou na sexta-feira mudanças na política econômica. O PT quer a adoção de medidas que estimulem o crescimento econômico e, conseqüentemente, o emprego.

A pesquisa ouviu 2.306 pessoas em 132 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Há um ano, com três meses de gestão Lula, 31% apontavam o desemprego como o problema mais grave. Em dezembro de 2003, a preocupação atingia 41%.

A escalada de 18 pontos percentuais na percepção do tema (de 31% para 49%, entre março de 2003 e março de 2004) acompanhou de certa forma as taxas de desemprego. Em março de 2003, a taxa, segundo o IBGE, era 12,1% em seis regiões metropolitanas. Chegou a 13% em junho e caiu para 10,9% em dezembro, quando o Natal estimula as contratações temporárias, subindo novamente em janeiro de 2004.

O desemprego ganha com folga do segundo maior problema para os brasileiros: a fome e a miséria, com 12%, que é seguido da violência, com 11%. A corrupção, problema que agita o cenário político por conta do caso Waldomiro Diniz (leia texto nesta página), só é lembrado por 1% da população.

As razões da avaliação
O Datafolha mostrou que 38% consideram a gestão petista ótima/boa, 43% regular, 17% ruim/ péssimo e 2% não souberam responder. O instituto perguntou ainda os motivos para a aprovação ou não do governo: o desemprego também teve destaque.

O tema foi o que mais apareceu quando os que acham o governo ruim/péssimo foram instados a dizer suas razões: surgiu em 46% das respostas espontâneas, seguidos dos 18% de citações da reprovação da política econômica -que tem reflexos na geração de vagas- e 16% que acham que Lula não cumpre o que prometeu.

Entre os que avaliam positivamente o governo, 36% citaram o combate à fome e à miséria como motivo, incluindo a taxa dos 20% que mencionaram o Fome Zero. Já 13% citaram aprovação da política econômica e 10% citaram o combate ao desemprego.



FLÁVIA MARREIRO
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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