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fome zero
11/02/2004
Brasil é uma máquina de desigualdade, diz presidente

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em São Paulo, que o Brasil não precisará de ajuda externa no combate à fome. Disse que fez um ''milagre'' em 13 meses de governo e que acabar com o problema é apenas uma questão de tempo: ''Pouco tempo'', emendou, no discurso de abertura da feira Expo Fome Zero, evento que exibe ações de empresas públicas e privadas no programa social do governo.

O presidente atribuiu o problema da fome no país a uma desigualdade social secular e à concentração de renda. Segundo Lula, ''moldou-se uma bem azeitada máquina de desigualdade social. Quando se aciona o acelerador da riqueza, aciona-se o freio da distribuição''.

"A única razão pela qual ainda há gente no Brasil passando fome é o desacerto histórico da política de distribuição de renda do nosso país", afirmou.

Apesar de ter proposto um fundo mundial contra a pobreza, Lula assegurou que o Brasil não precisará de ajuda externa para erradicar a fome:

"Deus pôs os pés aqui e falou: 'Aqui vai ter tudo. É só os homens e mulheres terem juízo que as coisas vão dar certo'. Vamos fazer este país dar certo sem pegar dinheiro de fora".

Antes, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, havia dito ter sido questionado sobre os motivos de tantas desigualdades num país tão promissor.

"Eu diria, Patrus, que acabar com a fome no Brasil é apenas uma questão de tempo. Nós vamos fazer. Porque vocês vão perceber aqui, no meu discurso, o milagre que aconteceu neste país em pouquíssimo tempo", disse Lula, sem definir prazos.

Bem-humorado, Lula fez um balanço de sua atuação no combate à fome até agora. Segundo ele, o Fome Zero está hoje em 2.369 municípios, atendendo 1,9 milhão de famílias.

"Volto para Brasília com a certeza de que o passo que vocês deram hoje nesta exposição demonstra uma tese que venho defendendo há alguns anos: não tem ser humano 100% mau, como não tem ser humano 100% bom", afirmou.

Além de Ananias, Lula e a primeira-dama, Marisa Letícia, estavam acompanhados dos ministros Luiz Gushiken (Comunicação) e Roberto Rodrigues (Agricultura). A platéia era formada por empresários e personalidades dos meios artístico e esportivo. Todos acompanharam uma espécie de desfile que ostentou as ações do programa.

O presidente agradeceu aos empresários e minimizou a importância do governo no combate à fome. Segundo Lula, ele não deseja ser um ''indutor'' do combate à fome, mas um ''provocador''. O presidente aproveitou para criticar antecessores.

"Eles (empresários) fizeram mais em um ano do que muita gente fez enquanto foi governo em cinco ou seis anos".

Segundo o assessor especial da Presidência, Frei Betto, Lula afirmou que os R$ 15 bilhões destinados à área social este ano não serão contingenciados.


As informações são do Jornal do Brasil.

   
 
 
 

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