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comunidade
14/01/2005
Projetos mantêm jovens longe da criminalidade

LONDRINA- Em meio ao crescente envolvimento dos jovens com a violência, alguns projetos são exemplos de iniciativas da comunidade que contribuiem para manter as crianças e jovens longe da criminalidade. Um deles é trabalho desenvolvido Centro de Produtores Independentes de Arte e Cultura (Cepiac), que mesmo no período de férias recebe diariamente adolescentes do Conjunto João Paz (Zona Norte) e bairros vizinos. Os jovens buscam diversão de qualidade, como leitura dos livros da mini-biblioteca da entidade.

Criado em 1999, o Cepiac estabeleceu-se formalmente no final de 2001. O trabalho começou com uma oficina de reaproveitamento de tecido no Jardim União da Vitória (Zona Sul), que era ministrada por uma aluna do curso de Estilismo em Moda da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O material também foi oferecido, como fonte alternativa de renda, para os moradores do Conjunto José Belinati (Zona Norte) e do João Paz.

Funcionou, por um tempo, no Centro Comunitário do João Paz. Como o prédio é usado para outros tipos de atividade, desde casamentos até velórios, ficava difícil para a entidade desenvolver os trabalhos ali. A coordenadora Darlene Barbosa Kopinski passou a perceber, paralelamente, a necessidade de ocupar o tempo das crianças que iam com as mães com algum tipo de atividade cultural. As atividades lúdicas, até como ginástica, eram feitas na praça, quando não chovia. No início, a filha e um sobrinho de Darlene davam oficinas como taekwondo. Cerca de 32 mulheres participavam do grupo. Grande parte delas levava as crianças junto.

Em 2003, o projeto passou a ocupar o prédio de um posto de saúde desativado, no Centro Comercial do Conjunto João Paz. Antes, o local era um mocó. Era ponto de usuários de drogas e estava com os vidros das janelas e lâmpadas quebrados. Um convênio com a Secretaria Municipal da Cultura e a Companhia de Habitação de Londrina (Cohab-Ld) viabilizou o espaço. O Cepiac não paga aluguel e as contas de água e luz são bancadas pela administração municipal.

O cadastro contabiliza 540 crianças e adolescentes. ''Entre 35 e 40 crianças não passam nem três dias sem aparecer aqui'', contabiliza. Quando não há atividades, as crianças frequentam o local para fazer leitura, na mini-biblioteca do projeto. Os professores ministram voluntariamente aulas de inglês, artes cênicas, dança e confecção de roupas com reaproveitamento de tecido. O projeto está aberto para novos voluntários.

Além do trabalho dos professores voluntários, convênios garantem a realização de oficinas periodicamente. O problema é que o acordo mais recente terminou em março do ano passado. A esperança de dar um estímulo maior nas oficinas culturais está no projeto Pontos de Cultura, do Ministério da Cultura. O programa seleciona projetos de geração e complementação de renda para comunidades carentes. A proposta aprovada é de trabalho de complementação de renda, através de multiplicadores culturais, no Conjunto Novo Amparo (Zona Leste). Os professores de fora vão trabalhar com as potencialidades identificadas na própria comunidade.

Para Darlene, iniciativas semelhantes ao Cepiac contribuem para reduzir os números da criminalidade em Londrina. ''A falta de atenção que os adultos têm com as crianças é um dos principais causadores da violência. Cinco segundos de atenção que se dê a uma criança, já faz a diferença'', acredita. A coordenadora, no entanto, não deixa de destacar que o poder público tem de cumprir sua parte. ''O governo não tem de transferir toda a responsabilidade para a população. Mas a comunidade deve envolver-se com este tipo de trabalho. Uma pessoa que chama as crianças que estão na rua para ouvir a leitura de uma história, já está fazendo algo'', salienta. ''Sempre gostei de lidar com crianças. Minha formação moral me pede que eu me envolva, de uma forma ou de outra, para melhorar a situação de onde vivo'', acrescenta.

E Darlene tem experiência no assunto. É moradora do Jardim João Paz há 23 anos. Mas foi a falta de apoio do poder público que fez ruir uma das iniciativas bem sucedidas realizadas pelo Cepiac foi no Conjunto Nossa Senhora da Paz, um dos bairros mais violentos de Londrina. De novembro de 2003 a junho de 2004, a organização manteve uma oficina de manipulação, higiene e reaproveitamento de alimentos, no Jardim Nossa Senhora da Paz (Zona Oeste). O trabalho não teve continuidade por falta de dinheiro para o combustível e o material.


Fernando Rocha Faro
da Folha de Londrina

   
 
 
 

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