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IMPOSTO
14/10/2003

IR congelado prejudica mais quem ganha menos

O congelamento da tabela do Imposto de Renda, anunciado semana passada pelo chefe da Casa Civil, José Dirceu, prejudica mais os contribuintes que ganham menos. Mantida a tabela em 2004, como quer o governo Lula, a mordida do Leão será de R$ 109,50 para quem ganha entre R$ 1.500 e R$ 2.000, quando poderia ser de R$ 54,69 se fosse feita a correção da tabela. A presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Maria Lúcia Fattorelli, defendeu ontem reajuste de 51,35% da tabela do IR para corrigir as perdas acumuladas desde 1996.

A entidade fez um estudo demonstrando que o IPCA-E acumulado desde janeiro de 1996 é de 77,84% e que, deduzindo-se a correção de 17,5% feita em 2001, ainda seria necessário um reajuste de 51,35% para corrigir as perdas para os contribuintes.

“É um absurdo que não tenha correção, ainda mais quando o governo autoriza a correção de tarifas para as prestadoras de serviço e garante remuneração para o capital e para os lucros. O governo onera o trabalhador”, disse Maria Lúcia.

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), anunciou que seu partido vai se empenhar para aprovar emenda na reforma tributária, de autoria do senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), tornando obrigatório o reajuste anual da tabela.

A emenda de Tourinho, um dos relatores adjuntos da reforma tributária no Senado, encontra resistência do governo e não deverá ser aceita pelo relator Romero Jucá (PMDB-RR).

“Uma forma de evitar o aumento do imposto é justamente a correção da tabela”, defende Tourinho.

O estudo do Unafisco, baseado em dados do IBGE, indica que, se aplicada a correção de 51,35%, o limite de isenção do IR subiria dos atuais R$ 1.058 para R$ 1.601,27. As faixas salariais que vão de R$ 2 mil a R$ 10 mil pagariam R$ 138,39 mensais a menos de imposto caso fosse aplicada a correção.

Correção da tabela sempre foi defendida pelo PT

A correção da tabela do Imposto de Renda sempre foi uma bandeira da bancada do PT no Congresso no governo Fernando Henrique. Mas agora, no poder, os petistas dão prioridade à garantia de arrecadação. Diante da ofensiva da oposição, de entidades como a Unafisco e das cobranças de coerência, o presidente do PT, José Genoino, declarou que o partido não poderia assumir a correção, uma vez que a medida não consta do programa de governo que o presidente submeteu aos eleitores.

A Unafisco faz há vários anos uma campanha institucional que defende justamente a correção da tabela. Maria Lúcia, que derrotou a chapa da situação, afinada com o PT, justamente por causa da reforma da Previdência, cobrou do governo a inclusão na reforma tributária de medidas em favor dos trabalhadores.

“Com o congelamento da tabela, o trabalhador vai pagar mais imposto sem que tenha recebido aumento de salário. E quanto mais baixo o salário, maior a perda proporcional. Está na hora de o governo do PT fazer alguma coisa pelos trabalhadores”, disse Maria Lúcia.


As afirmações são do jornal O Globo.

 

   
 
 
 

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