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trabalho
25/06/2004
Desemprego dá a primeira trégua

A taxa de desemprego do país caiu para 12,2% em maio, após registrar recorde de 13,1% no mês anterior. É a primeira queda deste ano, tanto em relação ao mês anterior quanto na comparação com o mesmo período de 2003. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em maio, havia 2,6 milhões de pessoas sem trabalho nas seis regiões metropolitanas cobertas pela pesquisa, uma queda de 6,7% em relação a abril. A renda, porém, voltou a recuar pelo 15ª mês seguido.
Segundo o IBGE, São Paulo foi o principal responsável pela reação do mercado de trabalho, concentrando 120 mil das 148 mil novas vagas abertas mês passado.

O gerente de Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo, disse que o resultado surpreendeu porque, tradicionalmente, a trajetória de alta do desemprego só é interrompida a partir de junho ou julho. Segundo ele, ainda não dá para dizer se a melhora veio para ficar.

"A queda de quase um ponto percentual foi uma surpresa. Agora, é preciso esperar outras pesquisas para ver se esse movimento vai se tornar consistente e se outras regiões metropolitanas vão acompanhar São Paulo", explicou Azeredo.

Na comparação com abril, o índice de desemprego passou de 14,5% para 13,6% em São Paulo, de 10,7% para 9,6% no Rio de Janeiro e de 10,7% para 9,7% em Porto Alegre. Nas outra regiões pesquisadas (Salvador, Recife e Belo Horizonte), a taxa ficou praticamente estável. A renda média do trabalhador em maio foi de R$ 866,10, 0,7% menor do que em abril e 1,4% abaixa da registrada em maio do ano passado. Os trabalhadores sem carteira foram os únicos com aumento de ganhos: 5,8%. O salário médio de quem tem carteira assinada caiu 0,8% e o dos trabalhadores por conta própria, 2%.

Apesar do desempenho negativo da renda, o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Luiz Eduardo Parreiras considerou os dados do IBGE muito positivos. Ele acredita, entretanto, que a tendência de redução do desemprego só vai se consolidar a partir de julho.

"Em maio, vimos uma queda na procura por trabalho, o que influenciou positivamente o índice. Em junho, essas pessoas devem voltar a buscar vagas, o que levará a um novo aumento da taxa", explicou o economista, para quem só a partir de julho a queda poderá se tornar uma tendência.

O economista e professor da Unicamp Cláudio Dedecca acredita que a redução do nível de desemprego registrada em São Paulo será ampliada para o resto do país nos próximos meses. Ele ressalta, no entanto, que a informalidade não deve recuar.

"Os índices de recuperação da economia interna do país são ainda tênues ou inexistentes. A queda do desemprego continua associada ao setor exportador e é isso que preocupa".

Em relação a abril, o número de trabalhadores com carteira assinada subiu 1,1%, mas o contigente que trabalha sem o registro cresceu mais ainda: 1,8%. Já a taxa de pessoas por conta própria caiu 2,6%. Em relação a maio de 2003, é significativo o aumento no número de pessoas sem carteira (6,1%) e por conta própria (3,8%), contra as com carteira (1,9%).

JACQUELINE SOBRAL
do Jornal do Brasil

   
 
 
 

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