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teatro

26/04/2007
Mostra Latino-Americano convida público a entender o teatro

João Batista Jr.

A cidade de São Paulo será tomada por 12 grupos teatrais que se apresentam na II Mostra Latino-Americano de Teatro de Grupo. Entre os dias 30 de abril e 6 de maio, grupos de países como Cuba, Venezuela e Bolívia, além do Brasil, vão apresentar peças ao público paulistano. Toda a programação será gratuita e acontecerá em sua maior parte no Centro Cultural São Paulo. O entorno da instituição (como as ruas próximas e as calçadas) e a praça do Patriarca também se tornarão palcos.

“A intenção da mostra é criar um público consumidor de teatro, por isso vamos exibir produções coletivas que vão expor seus processos de criação”, informa o diretor do evento Ney Piacentini. “O brasileiro gosta de futebol porque conhece todas as regras da partida, então se conhecesse todo o processo do teatro poderia gostar de freqüentar teatro”.

A mostra de 2007 terá um cunho político. Cuba trará uma peça que aborda as revoluções, Bolívia sobre soberania e Rio Grande do Sul sobre Canudos. Durante os dias da Mostra, um informativo será publicado para analisar as peças apresentadas. “A publicação de 500 exemplares será uma forma de proporcionar ao público uma análise menos superficial do conteúdo apresentado”.

O Movimento dos Sem Terra está na grade da programação com a peça “Posseiros e Fazendeiros”, produzida pelo grupo “Filhos da Mãe...Terra”, do assentamento de Sarapuí. “O Movimento tem cerca de 40 grupos de teatro, mas eles não são profissionais porque todos os integrantes têm outras atividades além da arte”, informa o produtor do Movimento Douglas Estevam. “A peça trata da reforma agrária no Brasil. O texto foi produzido em cima de um roteiro de Bertold Brech e com matérias que publicadas pela imprensa sobre MST”.

A organização da mostra acredita que até 7 mil pessoas assistirão as peças em cartaz.


Serviço:
De 30 a 6 de maio
Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade
Os ingressos devem ser retirados 1 hora antes de cada espetáculo


Programação
:
30/04 – 19 horas - Coletivo Filhos da Mãe... Terra, de Sarapuí
Convidado especial da Mostra. Formado em 2003 no assentamento Carlos Lamarca, no município de Sarapuí, em São Paulo, o grupo faz parte do Coletivo de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST. Este Coletivo conta hoje com cerca de 35 grupos de teatro sediados em assentamentos e acampamentos do MST em todo o país e que se organizam, para fins de formação, estudos e intervenções, numa brigada nacional chamada Patativa do Assaré, formada em 2001, quando se iniciou o processo de formação concluído em 2005 com Augusto Boal e o Centro de Teatro do Oprimido. Posseiros e Fazendeiros é o primeiro trabalho do grupo, que estreou em outubro de 2004, resultado de pesquisas sobre a estrutura agrária brasileira e do estudo de técnicas, dramatugia e teoria do teatro épico, principalmente da produção do dramaturgo Bertolt Brecht. Sala Adoniran Barbosa (650 lugares)

1º/05 – 21 horas - Teatro Buendía, de Cuba

Encarregado de fazer a abertura oficial da Mostra, o Buendia, fundado em 1985, o mais importante grupo de teatro cubano da atualidade, trará 19 integrantes para mostrar Charenton, uma ópera bufa criada a partir do Marat-Sade, de Peter Weiss. A formação de Cuba nunca esteve no Brasil. Sala Jardel Filho (324 lugares)

02/05 – 14 horas - Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre
Um dos mais antigos importantes grupos de teatro de rua do país, surgiu em 1977, com a proposta de romper com a distância entre público e artistas. Lúcida e irreverente, a Tribo apresentará a montagem A Saga de Canudos, mostrando o caráter político do movimento liderado por Antônio Conselheiro no século XIX. Adaptação da peça O Evangelho Segundo Zebedeu, de César Vieira. No Centro, nas ruas do calçadão na região do Largo do Café.

02/05 – 21 horas - Circo Teatro Udi Grudi, de Brasília
Misturando circo, teatro e música desde que iniciou sua carreira em 1982, vem a São Paulo com o espetáculo O OVO, apresentado no ano passado em vários festivais na Europa. Sala Jardel Filho (324 lugares)

03/05 – 19 horas – Coletivo Angu de Teatro, de Recife

A companhia pernambucana discute a realidade urbana no drama Angu de Sangue, em que 10 pequenas histórias são interligadas por meio de vídeo e música. Com direção de Marcondes Lima, o espetáculo foi estruturado a partir de contos de Marcelino Freire, além de um quadro final livremente inspirado em fatos reais. A desiguldade social, a solidão, o preconceito e o descaso são focalizados pelo texto interpretado por André Brasileiro, Fábio Caio, Gheuza Sena, Hermila Guedes e Ivo Barreto. Espaço Cênico Ademar Guerra (200 lugares)

03/05 – 21 horas - Teatro Gayumba, da República Dominicana
Criado em 1976, virá com seus fundadores – a atriz Nives Santana e o ator e diretor Manuel Chapuseaux – para mostrar sua versão de Don Quijote y Sancho Panza, de Miguel de Cervantes. O Gayumba tem grande presença nos festivais internacionais de teatro na Europa e nas Américas. Sala Jardel Filho (324 lugares)

04/05 – 18 horas - Associação Teatral Joana Gajuru, de Maceió
Teatro popular, de rua, nordestino. Nunca se apresentou em São Paulo. Vem a São Paulo com 12 integrantes, entre atores e músicos, para apresentar o espetáculo Uma Canção de Guerreiro no Chumbrego da Orgia, de autoria do grupo, com direção de Lindolfo Amaral (fundador do grupo Imbuaça, de Sergipe, que esteve na Mostra de 2006). Uma Canção de Guerreiro traz duas histórias adaptadas da literatura de cordel, mescladas com músicas e danças do folguedo alagoano, além de músicas populares. Passarela do Metrô Vergueiro para o Centro Cultural São Paulo.

04/05 – 21 horas - Escena de Caracas, da Venezuela

Formado por alunos e professores da Companhia Nacional de Teatro de Venezuela, em 1996, trará Mackie, criado e dirigido por Delbis Cardona, a partir de textos e músicas de Bertolt Brecht e Kurt Weill para vários espetáculos (Ópera dos Três Vinténs, Mahagonny, Happy End e outras). No palco, seis atores e atrizes, além de três músicos do grupo E-On. Sala Jardel Filho (324 lugares)

05/05 – 18 horas - Grupo de Teatro Piollin, de João Pessoa
Depois da excepcional carreira de Vau da Sarapalha, desde 1992 se apresentando pelo mundo, e de Woyzek, o Brasileiro, de 2002, o Piollin mostra pela primeira vez em São Paulo, A Gaivota (alguns rascunhos), dirigido e adaptado por Haroldo Rego a partir do clássico de Tchekhov. Espaço Cênico Ademar Guerra (200 lugares)

05/05 – 21 horas - Teatro Sanitario de Operaciones (TSO), da Argentina
O grupo surgiu em 1996, após um seminário dado pelo grupo catalão La Fura Del Baús, em Buenos Aires. Sete atores em cena, misturando-se ao público, interpretarão Mantua, uma criação coletiva a partir do Romeu e Julieta, de Shakespeare. Na estética do grupo, a utilização dos quatro elementos, iluminação elaborada e muito empenho físico. Galpão do Acrobático Fratelli (Rua Adib Auada, 41, Centro Empresarial Granja Viana, Cotia, altura do km 23 da Raposo Tavares).

06/05 – 13h30 - Pirei na Cenna, do Rio de Janeiro

Grupo comunitário formado em 1998 pelo projeto Teatro Legislativo do Centro de Teatro do Oprimido, dirigido por Augusto Boal, integrado por portadores de sofrimento psíquico, familiares e simpatizantes da Luta Antimanicomial. Pirei na Cenna produziu quatro espetáculos: Ser ou não ser positivo, Um amor muito Louco, Os Contrários e a produção mais atual: É melhor Prevenir que Remédio dar, que romperam os muros do hospital e promoveram o diálogo em mais de 200 apresentações, por todo o Brasil. Sala Adoniran Barbosa (330 lugares)

06/05 – 18 horas - Teatro de los Andes, da Bolívia
Fundado em agosto de 1991, nas cercanias da cidade de Sucre, trará seu mais espetáculo Otra Vez Marcelo, que encerra uma trilogia sobre temas políticos. A peça narra a história de Marcelo Quiroga Santa Cruz, intelectual, parlamentar e ativista boliviano cuja luta a favor da soberania de seu pais – foi fundamental na estatização do petróleo – e contra a ditadura de Barrientos e Banzer, levou a seu desaparecimento e assassinato em 1980. São apenas dois atores em cena: Mia Fabri é Cristina, mulher de Marcelo, que é interpretado pelo também autor e diretor argentino César Brie, teatrólogo reconhecido em todo o mundo. Espaço Cênico Ademar Guerra (200 Lugares)

   
 
   
 

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