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“Vivemos na sociedade
moderna complexa, na sociedade de quarta geração,
derivada do trabalho rural (senhor-escravo), da revolução
industrial e comercial (patrão-empregado), para a sociedade
tecnológica (patrão-empregado-prestador de serviços
e consumidores). É a sociedade da comunicação
de massa e de consumo. As pessoas perdem a identidade e se
incorporam ao grande coletivo que não pensa individualmente.
É isso, a meu ver, que impõe a falta de indignação
contra os atos que importam na violação dos
direitos das crianças, dos adolescentes e da pessoa
humana como um todo. Há um estado de despersonalização.
Creio que a defesa dos animais, nesse contexto, surge como
uma tentativa de reencontrar, através deles, o individual.
De forma inconsciente as pessoas, ao se chocarem com as mortes
dos animais, estão buscando resgatar a sua condição
de indivíduo pois a situação foge ao
padrão coletivo ora estabelecido. É por isso
que investir em educação e cultura é
tão importante quanto investir em infraestrutura e
empregos. A educação e a cultura são
instrumentos importantes para retomar a capacidade de pensar
individualmente, permitindo que se possa enxergar o próximo
e com ele se relacionar harmonicamente”,
Geraldo Rangel de França
Neto - grangel@uol.com.br
“A imprensa deveria dar
maior destaque à roubalheira nas prefeituras. A ação
da imprensa é decisiva para despertar a opinião
pública para os desmandos que acontecem nos municípios,
sobretudo a televisão e o rádio”,
Sergio Marcos de Araujo Carvalho
- SERGIOC@sefaz.ba.gov.br
“O deslumbramento de ecologistas,
chatologistas, verdes e correlatos, em sua maioria desocupados,
e oriundos de classes abastadas, e que realmente nunca sentiram
o que é fome em suas belas vidas, é muito mais
movido por faniquitos vaidosos e marqueteiros, do que pelo
que supostamente poderiam chamar de "uma causa justa".
Se é um mistério e tragédia, animais
serem mortos em zoológicos, a morte de crianças
decorrentes da fome (ridícula para um país de
safras estonteantes), deveria afetar muito mais a sensibilidades
de todos nós”,
Fabiano Melo, Natal –
RN - fabiano.melo@cabonatal.com.br
“De fato, a velha máxima
de que "o povo tem os governantes que merece" parece
se concretizar como uma grande verdade”,
Ronaldo - ronaldo@hojemaringa.com.br
“Se tudo estivesse se
passando na Finlândia, a repercussão teria sentido.
Aqui, as pessoas acham mais interessante se preocupar com
os animais. Muitos ficam mais escandalizados com o desvio
de dinheiro em obras públicas do que em merendas escolares.Mas
acredito que devemos continuar denunciando e discutindo, porque
as crianças são, no bem e no mal, o futuro deste
país”,
Carla Plaino
“Todos os dias se fala
em crianças abandonadas, famintas, que sofrem com trabalho
escravo, etc. São crimes que merecem nosso repúdio
e devemos exigir punição para quem os comete.
A situação dos animais é muito parecida:
todos os dias animais são abandonados, deixados à
própria sorte nas ruas, onde invariavelmente são
maltratados, queimados vivos, atropelados intencionalmente.
Os cavalos sofrem igualmente, fazendo horas de trabalho sem
repouso e alimentação. Outros são retirados
de seu habitat para serem contrabandeados e viajam dias...A
maioria morre antes de chegar a algum destino. Você
acredita que os animais do Zôo ou de algum circo chegou
até aqui, vindos da África, ou outro continente
qualquer, de que maneira? Veja, não estou me referindo
a frescuras do tipo perfumes para animais. Estou me referindo
a situações vividas pela maioria deles, os animais.
A diferença é que nada disso se constitui em
crime; via de regra, nenhuma pessoa é presa por deixar
um animal passando fome ou exigir trabalho além das
forças de um eqüino. Um traficante de animal fica
detido algumas horas e é liberado em seguida. Ao estabelecer
uma fronteira entre crianças e animais você foi
parcial, não reconhecendo que todas estas barbaridades,
praticadas contra crianças ou animais, deveriam igualmente
se constituir em crimes; são crimes contra a vida.
Como podemos educar uma criança a ter afeição
pela vida, dela e dos outros, se não conseguimos fazê-la
entender que é necessário, no mínimo,
respeitar outras formas de vida, respeitar a diversidade.
Afinal, quem vai dizer o que deve ser objeto de nossa afeição?”,
Nelson Bertarello -
nbertarello@uol.com.br
“Parece que a sociedade
protetora dos animais tem mais peso que o Estatuto da Criança
e do Adolescente que, infelizmente, não é cumprido.
E, nesses tempos de volta à barbárie, a vida
humana está valendo menos do que a vida de qualquer
bicho. Estamos no mundo dos absurdos!”,
Ângela - bueno.ange@uol.com.br
"Quando essas crianças
famintas não tiverem outra opção, além
de matar e roubar para comer, aí, sim, a sociedade
irá buzinar pedindo ajuda. Estamos todos representando
nossos papéis no palco da vida. Infelizmente, boa parte
da sociedade chegará ao ato final, envelhecida, acabada
e com uma sensação horrível de que é
a grande perdedora. As pessoas que se importam, certamente
ficaram com os aplausos e com a consciência limpa”,
Claudia Zardo - claudiazardo@hotmail.com
“Como diria Caetano Veloso,
"alguma coisa está fora da ordem..". Infelizmente
estamos vivendo uma fase aguda de hipocrisia social, em que
a maioria das pessoas anda priorizando a aparência física
e moral (o que é pior!!) em detrimento de coisas mais
importantes. Alimento para as crianças é uma
delas. A população deve estar ficando doente
mesmo”,
Lucia Helena de Lima
- lucia17@uol.com.br
“Da mesma forma que crianças,
jovens ou idosos sentem fome, frio, sede, medo, angústia,
depressão, alegria, amor, os animais também.
Eles só não falam o que sentem, por isso o ser
humano tem que prestar atenção neles para entender
e atender suas necessidades”,
Marcio Ciano - marcio.ciano@inteligtelecom.com.br
“Somente uma sociedade
extremamente burguesa pode mesmo falar de preocupação
com animais que estão enjaulados num zoológico,
única e exclusivamente para entreter os passantes.
Comentários desse tipo nem deveriam preocupá-lo,
uma vez que só podem partir das mesmas pessoas que
gastam dois, três salários mínimos com
ração para os cachorros, mas se recusam a ajudar
entidades assistenciais, "porque quem precisa de esmola
é vagabundo". É ridículo e totalmente
despropositado”,
Giulliano Roman Rodrigues
Cabral - giu@cathovaleparaiba.com.br
”Insensíveis são
as pessoas que fecham os vidros escurecidos de seus carros
para crianças nos sinais de trânsito e gastam
muitas "cestas-básicas" em pets shops. Obviamente
passeando com seus cachorros em shoppings centeres exigem
que a segurança impeça a entrada de
crianças famintas”,
Cris Hyppolito - cris_hyppolito@uol.com.br
”Com certeza os valores
expostos na coluna "Crianças não são
animais" são legítimos. Essa é nossa
sociedade: os discursos nos confirmam que as palavras de ação
pela educação , infância e juventude estão
longe das atitudes governamentais e não governamentais”,
Denise Mendonça
“As dezenas de emails recebidas
por Gilberto Dimenstein (referidos no texto: "Dimenstein:
Crianças não são animais") não
apenas corroboram com a tese do autor, de que a sociedade
brasileira está acostumada com desvios na área
social e pouco se incomoda com isso. Esses emails mostram
também opiniões de pessoas que apenas não
conseguem entender o que leêm, pessoas que não
conseguiram captar nas palavras do texto indignação
do autor. Na minha opinião, isso é apenas mais
um sintoma da cultura de não-leitura vigente no Brasil.
As pessoas não criaram o hábito da leitura;
e pela falta de prática, não têm a capacidade
(ou não querem) de compreender as palavras de um texto”,
Rafael Oliveira Buta, Brasília
- DF - rafaelbuta@uol.com.br
"Um problema não
exclui o outro. Não é porque temos crianças
abandonadas que devemos ignorar os animais ou julgar e condenar
aqueles que procuram minorar o seu sofrimento. São
problemas com realidades e soluções distintas.
Em comum têm a origem em uma sociedade doente. E preconceituosa",
Érica S. Franco - São
Caetano do Sul-SP
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