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Estão formando charlatões?

“O grande problema é que esses profissionais serão os responsáveis pela saúde da população! Isso é um absurdo! Como uma pessoa que acabou de fazer uma faculdade pode estar apto a clinicar e também praticar cirurgias? Talvez venha daí o crescente número de casos de erro médico”,
José Adail R. Nascimento - jose.adail@saude.gov.br

”Acredito, realmente, que os cursos superiores de Direito, Medicina, Engenharia, Administração, Publicidade, Economia, Sociologia, Fisioterapia deveriam estar formando bacharéis melhores, mais qualificados para a sociedade. Como não estão, nos apresentam a proposta de criação de” ordens “, que fariam o trabalho “sujo”, aquele que o administrador público não quer fazer. Nossos políticos autorizam quase qualquer curso, o MEC deixa, a meu ver de forma leviana, uma escola abrir um curso de graduação ou pós-graduação para depois avaliá-lo negativamente, não dando-lhe autorização. E o que me deixa pasmo é que não o fecha formalmente, os alunos que se danem. Voltando ao caso das ” ordens “, acho que o Estado está jogando para a iniciativa privada aquilo que é seu dever. Veja o tipo de instituição que estamos mirando como exemplo: a OAB. Não questiono sua atuação política, mas sua atuação como detentora do poder de dizer quem é advogado ou não. A meu ver ela está usurpando um direito conferido às universidades. Outro viés negativo, com que teríamos de conviver e utilizado pela OAB, é que ela não gosta de ser tratada como entidade privada nas relações econômicas, sedenta dos benefícios que o Estado lhe dá, todavia não aceita interferência o Estado nas relações políticas e institucionais. Como saber se os advogados autorizados pela OAB são aqueles que nosso país precisa? Quem determinará isto? A OAB não aceita interferência externa neste ponto, ainda que negue isto até seus mais baixos porões. Que aspectos técnicos são avaliados no seu teste? Os tecnicistas que me perdoem, mas já estou maduro o suficiente para não acreditar na inocência e na objetividade dos manuais acadêmicos.

Ainda que pareça ser paranóico, tudo tem um interesse, uma ideologia inclusa. Finalmente, o que farão os alunos e pais que na confiança de estarem matriculados ou garantindo o futuro de seus filhos em um curso autorizado pelo MEC, perceberem que este curso não lhes proporcionará uma profissão reconhecida no futuro? Terão de provar que aprenderam o que pagaram caro para aprender? Parece-me insano, injusto e descabido. Cabe então a pergunta: para que o MEC? Se já acho um absurdo o provão, imagine uma "ordem", que além do mais vai lhe cobrar o resto da vida para estar ligado a ela. Vamos então 'liberar geral'.

Troquemos as responsabilidades, ou melhor, façamos alguém assumir o que o Estado não quer assumir. Sustentar as duas estruturas é idiotice. Ou que venham as 'Ordens' e se vá o MEC ou que o MEC cumpra seu papel e atue como autoridade que nunca foi e que sempre deveria ter sido”,
Vinicius Figueiredo - ordones@tre-mg.gov.br

“Um exame ao final do curso para poder exercer a profissão! Será que um dia isso será realidade para todas as profissões? Será que os defensores das cotas para ingresso nas universidades estarão de acordo? Já estão querendo mudar até o exame da OAB ! Pois é, logo as declarações do doutor José Antonio Ramires serão minimizadas pela turma do “deixa como está para ver como fica"”,
Adriano Santos - arsantos@ufu.br

"O esvaziamento do Provão e a política de cotas vai resolver esse e outros problemas”,
Fabio Maia - maia@claro.com.br

”Eu vivo fora do Brasil há 10 anos. Todo esse tempo fazendo algum treinamento em escolas, colleges e universidades. A minha esposa me deu um ultimato e me pediu para voltar para o Brasil, pois não posso passar a vida toda estudando. Entretanto, tenho enviado o meu CV para universidades particulares, inclusive federais no Brasil. Por incrível que pareça, eu nunca recebo uma resposta dos meus e-mails.
Minha conclusão é que o sistema de ensino no Brasil não se interessa em ter pessoas com um grau de estudo elevado. Passo a acreditar que eles ainda vão querer ensinar arroz com feijão por algumas décadas para os estudantes brasileiros.

Eu trocava e-mails com alguns dos meus ex-professores e passei a criticá-los da maneira como ensinam. Muito blá blá blá e um ensino fora da realidade cotidiana, uma vez que o ensino na América do Norte, em caso de ciências, procura se ajustar à demanda da indústria e dos projetos científicos em moda. Alunos brasileiros em federais em geral passam com "D", "C" e "B". O resultado desta política é o cidadão quando sai do Brasil com curso superior acaba limpando banheiro porque não consegue ser aceito em uma universidade como aluno. Tem outro dilema que é ter classes especiais para alunos do terceiro mundo. Descobri, por meio de minha esposa, que é asiática, que os países da Ásia, há muitos anos, passaram a dar uma nota elevada para seus alunos em caso do aluno precisar estudar em uma instituição estrangeira. Talvez seja por isso que a Ásia esteja crescendo economicamente”,
Antonio Teixeira - antonio.teixeira@sympatico.ca

“Vou colocar um exemplo para apenas mostrar alguns problemas reais da educação no Brasil. Passei no vestibular para Física na Universidade Federal de Goiás. Eram 60 vagas, 59 candidatos. Não tive problemas para entrar na universidade. No primeiro ano, éramos aproximadamente 90 alunos, 59 calouros mais uns 30 repetentes do primeiro ano. Nada mal para um curso como Física. No segundo ano, éramos apenas uns 40 alunos. No terceiro ano éramos entre quinze e dezoito pessoas. No quarto ano éramos cinco no bacharelado e três fazendo licenciatura. Um funil, 90 alunos para obter aproximadamente oito no final. Desses oito tentaram mestrado. Três completaram sem problemas e também fizeram doutorado. Naturalmente, um curso com este aproveitamento não é nada excelente. O problema está concentrado em dois fatores principais: educação básica precária, ou seja, chegam à universidade com dificuldades básicas. Falta de informação sobre o curso.

Nas universidades brasileiras, em geral, a quantidade de formandos é mais importante do que a qualidade”,
Juarez da Silva - j.dasilva@fz-juelich.de

“A resposta é sim. Quando precisamos recorrer aos hospitais e clínicas verificamos essa lamentável realidade. Médicos totalmente despreparados diagnosticam e prescrevem medicamentos/tratamentos sem nenhum fundamento. Tive um caso na família que depois de inúmeras consultas onde os médicos diagnosticaram problemas de saúde sem gravidade, pela insistência e após sermos atendidos por médicos mais "velhos", descobrimos um problema gravíssimo de saúde. Quando questionado (principalmente o médico que atendeu nas primeiras idas ao hospital) não soube responder ou não estava preparado para diagnosticar com maior acerto. Muitos sequer solicitam exames mais detalhados e só descobrem o estrago depois que a doença já está em estágio avançado. E descobrimos que esse médico é "professor" em uma das tantas faculdades de medicina de São Paulo. E agora, para complicar ainda mais, essas brigas por pagamentos de consultas e cobranças abusivas em planos de saúde. Infelizmente somos reféns desse mundo aonde o que conta é sempre ganhar cada vez mais e a qualidade dos serviços está quase que se equiparando aos oferecidos pelas redes públicas. O que podemos fazer? Muitas vezes, apenas rezar”,
Andréa Branco - andrea_branco@jafra.com.br

”Além de prova ao final do curso, a residência médica deveria ser obrigatória para o médico após os seis anos da graduação. E, para os que já atuam, a cada três ou cinco anos, deveriam fazer um exame, na sua especialidade, para verificar se continuam aptos e atualizados para exercer a profissão. Infelizmente temos o Código de Ética Médica que permite que todo médico atue em qualquer área após formado. Ao mesmo tempo, as universidades sérias poderiam oferecer cursos acessíveis para reciclagem, garantindo melhor desempenho profissional. Nesse momento em que humanismo é palavra freqüente nos discursos, há que se lembrar que humanismo pressupõe competência. Agostinho já dizia que de boa intenção tá cheio o inferno”,
Líris Delma de Lima e Silva Azevedo - ldjp@terra.com.br

“Estão formando não só médicos picaretas, mas todo o tipo de profissional. Eu estudo na USP e tenho dó das pessoas bem intencionadas que estudam em faculdades vagabundas. Eles tentam melhorar de vida, mas dificilmente conseguirão. A maioria das faculdades que existe por aí são um engodo e uma ofensa à academia. Só para citar o meu exemplo,veja a enorme diferença:curso Enfermagem. Estou no primeiro ano, a duração é de quatro em período integral,fora a qualidade dos profissionais que nos formam e os recursos disponíveis na universidade. Cerca de 90% das escolinhas que estão espalhadas pela cidade oferecem cursos de três ou quatro anos em um único período. Como é possível formar um enfermeiro em um curso noturno? Em que horário essa criatura entra em um hospital? Em qual momento ele visita pacientes? Não é possível que um coitado que faz curso em uma faculdade que só quer meter a mão em seu bolso tenha o mesmo título que eu terei depois de muito esforço e estudo. Sempre fui completamente a favor de algum tipo de exame de ordem para qualquer pretenso profissional.O atual provão só faz com que muitas faculdades passem alguns meses instruindo seus alunos para respondê-lo bem e assim alardear seu conceito A. Na realidade esses alunos não sabem nada direito, não são alunos nota A ,são macaquinhos treinados para dar respostas padronizadas”,
Josimara Passos, São Paulo- SP- marapassos@uol.com.br

“Os profissionais de Ciências Contábeis também são submetidos a um exame de suficiência que visa verificar se tem condição de exercer a profissão. Este exame é aplicado pelo Conselho Federal de Contabilidade”,
Edilson Antonio - edilson.antonio@copasa.com.br

“Tragédia é o sucateamento que vem sofrendo o ensino brasileiro de uns 30 anos para cá. Estou sendo muito otimista! Estamos vivendo uma verdadeira hipocrisia educacional: instituições mercenárias, autorizadas pelos governos omissos a vender ensino "meia boca" ; formandos igualmente "meia boca" e, na ponta, os tais exames para dizer o óbvio e ululante. Das conseqüências, todos nós já estamos cientes. Já está mais do que na hora de buscar as causas.

Fazer uma revisão de programas e métodos didáticos desde as pré-escolas é necessidade imperiosa. Não é possível que o alto escalão da educação, não tenha ainda se apercebido de que o mundo mudou, as crianças mudaram e a educação brasileira estagnou - mais parecendo uma múmia embalsamada tentando dar um salto a distância.

Para resolver tal situação, é preciso deixar o campo do discurso político, ideológico e filosófico de lado. Precisamos sim, de gente corajosa, que coloque de vez a mão na massa e comece a resolver a questão educacional de nosso país. É o começo, o meio e o fim para que o Brasil cresça humana e economicamente. Estão buscando excelência num país repleto de carência”,
Lucia Helena de Lima - lucia17@uol.com.br

“O aluno é usuário, se a formação é de baixa qualidade, cabe aos órgãos do Estado responsável pela supervisão tomar providências corretivas, ou seguir o exemplo da OAB, que aceita a existência dos cursos de baixa qualidade (exclui os alunos que foram enganados pela Instituição e pelo Estado que autoriza e é co-responsável pelo resultado) e é conivente com a proliferação de "cursinhos" que treinam para o exame. E aí? Qual é o papel da imprensa?”
Luiz Fernando Garcia - luiz.fg@terra.com.br

“Como médico, gostei de suas colocações. E agora pergunto: que tal o exame para todas as carreiras, inclusive jornalistas?”,
Alberto Soares da Costa Alberto - asc.medico@uol.com.br

 
 
 

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