Leia
repercussão da coluna: Estão
cometendo um crime intelectual
Gilberto,
Gostaria
de saber quais as sugestões do ilustre colunista
para estancar as aposentadorias dos professores das
Universidades Federais, que estão correndo para
se aposentar por conta do terrorismo colocado pela proposta
de Reforma da Previdência do governo Lula.
Além
de tudo, não se deve esquecer de que há
outro fator extremamente agravante, que é a condição
salarial aviltante à qual está sujeito
um professor com dedicação exclusiva à
Universidade Pública (nunca houve pior condição
salarial em toda a nossa história!).
Então,
o que ocorre é que o professor-pesquisador se
aposenta e vai trabalhar numa instituição
privada. Isto depois de toda uma formação
às custas do público. Há um elemento
ético sério nessa questão, mas
também há um elemento de sobrevivência.
Sou professor na Universidade Federal de Sergipe há
quase seis anos, com dedicação exclusiva.
Notamos
que no cotidiano das nossas universidades são
poucos aqueles que ainda alimentam alguma esperança
em melhores dias. Muitos nem querem saber mais de Dedicação
Exclusiva, para ficarem livres para atuarem em outras
instituições. Tive a informação
recente de que na Universidade Federal de Sergipe mais
da metade do quadro de professores é temporário
(substitutos, visitantes e prestadores de serviço).
Tão degradante é a nossa situação
remuneratória que já estamos enfrentando
sérias dificuldades para a contratação
mesmo desses professores temporários. Uma situação
realmente triste.
Somente
quem vive o dia inteiro dentro da Universidade Pública
Brasileira, quem a ela se dedica com absoluta exclusividade,
pensando e sofrendo com seus problemas já tornados
crônicos, é que tem a real dimensão
de como as nossas Instituições de Ensino
Superior, nossas Universidades Federais, estão
literalmente abandonadas pelo poder público.
São ataques de todos os tipos, governo após
governo. E esse, então, desferiu, em pouco tempo,
um golpe de morte na nossa auto-estima.
Pedro
Leite
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