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Leia
a repercussão da coluna: Estudantes
nordestinos receberão ajuda para cursar faculdade
Caro
Gilberto,
Quero
fazer uma pequena reflexão contigo a respeito
das cotas nas universidades públicas. Tenho 40
anos, sou casada com duas filhas: uma de 3(Mariana)
e outra de 7( Maria Julia) anos. Durante minha juventude,
teentei cursar uma faculdade. Fiz até o 9º
Período de Direito na Universidade Estácio
de Sá.
Ocorre
que fiquei desempregada e não tive como pagar
o último período. Tentei de todas as formas:
mandei carta para o reitor da universidade, para deputados
e senadores e nada. Então tive que abandonar
o curso.Como estudante da escola pública, nunca
passei para o verstibular de uma universidade pública.
Como passar, se no terceiro ano, você não
tem aula de História, Física e ás
vezes, Matemática, por falta de professores...
Esperei
durante muito tempo até entrar em uma universidade.
Através do Pré Vestibular para Negros
e Carentes,consegui uma bolsa de estudos para cursar
Pedagogia. No vestibular, passei em 13º lugar.
Apesar de toda falta de conteúdo, pude fazer
um bom curso, apesar dos sacrifícios: ter que
acordar as 4 da manhã para ir para fila do ônibus,
ficar uma hora e meia na fila, enfrentar engarrafamento,
não ter dineiro para alimentação
na universidade e as vezes ter que me virar com um saco
de pipoca. Contudo isto, meu Coeficiente de Rendimento
no Curso era 9,5, o segundo maior do Departamento.
Estou
te contando toda esta história para que você
perceba que sem as cotas, temos que ficar esperando
muito tempo. Se não fosse esta parceria PUC eo
Pré Vestibular, eu ainda estaria esperando o
Ensino Público Melhorar.Agora, estou me
preparando para a prova do mestrado e gostaria de saber
se você conhece algum curso de Inglês que
dê bolsa de estudos. Porque sem o Inglês
ou Francês fica difícil. Pois é,
Gilberto, o que falta para população oriunda
da escola pública é oportunidade. Tendo
isto, a gente vai longe...
Um
abraço,
Maria
Gilda Batista
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