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REFLEXÃO


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26/10/2005
Pesquisa inédita mostra perfil dos carroceiros de São Paulo

Homem, com idade entre 41 e 55 anos, oriundos das regiões do Sudeste e Nordeste do Brasil. Ao contrário do que se imagina, muitos já trabalharam no comércio formal, grande parte da construção civil. Moram em casas e ganham de um a três salários-mínimos.Este é um breve perfil dos carroceiros de São Paulo, feito com base em 500 entrevistas elaboradas pela Prefeitura de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal do Trabalho. A análise tem por objetivo adequar o programa social Tecendo Novos Caminhos a realidade dos quase 20 mil carroceiros da cidade, segundo o Movimento Nacional dos Carroceiros.

Após reuniões com lideranças dos carroceiros das regiões do Brás e Mooca, a equipe do programa Tecendo Novos Caminhos decidiu elaborar um questionário que levasse em conta os problemas de saúde dos carroceiros. A análise não tinha o objetivo de ser um diagnóstico, mas sim uma observação dos entrevistadores. Para realizar a pesquisa, foram selecionados estagiários que trabalharam em duplas durante os meses de julho e agosto.

O levantamento dos locais para aplicação foi feito em parceria com as Subprefeituras e com as Supervisões de Assistência Social, que já conheciam locais de concentração. De acordo com um universo de 20 mil carroceiros, foram feitos 500 questionários garantindo a representação de 2,5% da população. Segundo a Projetiva Pesquisa, esta porcentagem garante a confiabilidade de 95%.

Perfil do Carroceiros
Entre os nove pontos de concentração dos carroceiros na cidade, as regiões do Centro e Lapa aparecem como as principais com 32% e 29% respectivamente. O motivo é a alta quantidade de resíduos jogados nas ruas nestes pontos. Entre os que são recolhidos pelos carroceiros destacam-se plástico, metal e papel, 53% e tecidos e outros com 17%.

Apesar de existir uma representação feminina no trabalho dos catadores, os homens são a maioria desta população com 90% contra apenas 10% de mulheres. Embora o trabalho exija esforço físico, a coleta é feita por pessoas mais velhas com idade entre 41 e 55 anos (48%) e 31 a 40 anos (27%). A escolaridade é baixa e a maioria não completou o ensino fundamental: 4ª à 5ª série (25%) e 1ª à 3ª série (19%). Cerca de 60% afirmaram que gostariam de trabalhar em grupo e apenas 36% disseram que preferem trabalhar individualmente. O ganho médio no dia é de R$ 6 a R$ 10 (28%) seguido de R$ 11 a R$ 15 (21%), possibilitando uma renda de um a três salários-mínimos.

No entanto, a profissão para a maioria dos catadores é nova. Grande parte dos carroceiros afirmam trabalhar de quatro à nove anos na função (23%) seguido de novatos, com até dois anos de experiência como carroceiros (22%). Um dado surpreendente é a quantidade de pessoas que já trabalharam com carteira assinada (61%), sendo a maioria na construção civil (39%).

A região de origem dos carroceiros é a Sudeste (50%) seguida do Nordeste (45%). A maioria nasceu em São Paulo (23%) e o restante fixou moradia na cidade há pelo menos 10 anos (10%) e 16 a 20 anos (10%). Outro ponto interessante verificado na análise é o local de residência dos carroceiros. Grande parte reside em casas (55%) e apenas a minoria mora na rua (23%) ou em albergues (14%). O local de moradia coincide com o de trabalho: 36% residem no Centro e 15% na Zona Sul. Dos entrevistados, 77% não apresentaram nenhum problema de saúde física, mental ou vícios.


Tecendo novos caminhos
O projeto Tecendo Novos Caminhos vem sendo reformulado nos últimos meses pelo programa de Desenvolvimento Local, da Secretaria Municipal do Trabalho. A principal mudança é que agora o projeto visa incentivar o empreendedorismo e a auto-sustentabilidade dos carroceiros, capacitando-os na área têxtil.

Ao invés de vender às indústrias de reciclagem o lixo coletado (restos de tecido e papelão) a idéia é que os resíduos sirvam de matéria-prima para a confecção e comercialização de roupas, artesanatos e outros produtos. Para a realização desta nova fase, a Prefeitura de São Paulo vem buscando parcerias com a iniciativa privada e terceiro setor.

O projeto será composto de quatro módulos que compreenderão, entre outras, aulas técnicas de costura, artesanato, reciclagem; sistema de gestão empresarial e noções básicas de microcrédito.

As informações são da Prefeitura de São Paulo.


   
 
 
 

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