SÓ SÃO PAULO
HOME | NOTÍCIAS | COLUNAS | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
degradação
29/04/2004

Shell responderá à Justiça por crime ambiental em SP

Denúncia por contaminação do solo e lençol freático na Vila Carioca, Zona Sul da Capital, foi aceita por juiz. Empresa afirma que população não foi afetada
A Shell agora é ré no caso de contaminação da Vila Carioca, na Zona Sul. O juiz Alexandre Cassetari, da 4ª Vara Criminal Federal, aceitou a denúncia por crime ambiental (emissão de poluentes na atmosfera) contra a multinacional feita pelo Ministério Público Federal. A empresa disse que “o assunto está sendo analisado pelo departamento jurídico”.

O procurador da República Sérgio Suiama denunciou no dia 2 de abril a Shell e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) por crime ambiental, e dois funcionários da BBL Bureau Brasileiro (empresa contratada pela ANP para vistoriar as bases de armazenamento de combustíveis) por falsidade ideológica. Eles preencheram relatórios com informações tidas como falsas pelo MPF.

O relatório da BBL foi feito em 2000, mas os problemas acabaram descobertos pela CPI dos postos, da Câmara Municipal, em julho de 2002. O documento afirmava que a base da Shell na Vila Carioca não era vizinha de residências e que sua licença municipal de funcionamento estava em ordem (mas ela vencera em 1985).

A primeira audiência do caso foi marcada para 12 de agosto. Nesse dia, Cassetari ouvirá representantes da Shell e os funcionários da BBL, Antônio Fernandez da Silva e José Márcio de Souza.

A denúncia por crime ambiental que Suiama havia feito contra a ANP não foi aceita. Segundo Cassetari, as informações que constavam no relatório de Silva e de Souza impossibilitaram a agência de conhecer a real situação do local e entrar em ação para impedir os danos ambientais. O procurador já anunciou que recorrerá.

Suiama denunciou a Shell pela emissão de poluentes na atmosfera. Sua base da Vila Carioca é responsável pelo armazenamento de combustíveis que são distribuídos para postos da rede varejista. O procurador se baseou em duas autuações sofridas pela Shell pela Cetesb, que constatou emissão de gases com forte odor .

A Shell alegou, ao ser denunciada pelo MPF, que tem cumprido todas as exigências da Cetesb para reduzir a emissão de gases e o incômodo aos moradores. A multinacional é responsável, desde a década de 1940, pela contaminação do solo e do lençol freático do bairro por solventes, combustíveis e pesticidas — mas nega danos à saúde da população.

DIMAS MARQUES
do Diário de S.Paulo

 
 
 

notícias ANTERIOREs
29/04/2004 Fórum social chega ao Jardim Ângela
28/04/2004
Agora são os professores municipais de SP que entram em greve
28/04/2004
Lixo fica R$ 1,33 bilhão acima do previsto
28/04/2004
Procon constata diferenças de até 369,57% em tarifas bancárias
27/04/2004
Água: quase metade atinge meta de redução de consumo
26/04/2004
Prédio para moradia popular é inaugurado no centro
26/04/2004
Cidade se prepara para ter seu Bairro Novo
23/04/2004
Moradores de Moema ganham liminar na Justiça, prefeitura recorre
16/04/2004
Paulistanos comemoram desconto na conta de água