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trabalho
29/10/2004
Criação de empregos perde força em São Paulo

A recuperação do mercado de trabalho continua firme na Grande São Paulo, mas a velocidade da criação de postos já não é a mesma do primeiro semestre, segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese. A taxa de desemprego caiu em setembro pelo quinto mês consecutivo e atingiu 17,9%, a menor taxa desde janeiro de 2002.

No final do primeiro semestre foram criadas três vezes mais postos que no início deste semestre. Entre maio e junho, o saldo de novas vagas foi de 107 mil na região, enquanto de agosto a setembro não passou de 25 mil.

"Estamos gerando postos de trabalho, mas num ritmo menor", afirmou ontem Sinésio Pires Ferreira, diretor-adjunto de análise socioeconômica da Fundação Seade.

Para os técnicos de ambas as instituições, o mercado de trabalho não acompanhou o crescimento da economia. Uma das hipóteses é que os investimentos em tecnologia e na produtividade diminuíram a necessidade de novas contratações.

Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, diz que os recentes anos de baixo crescimento econômico afetaram a disposição das empresas de contratar. Com isso, elas fizeram ajustes para trabalhar com o limite da força de trabalho necessária.
Para recompor os empregos perdidos, afirma Lúcio, será necessário um período de crescimento continuado de pelo menos cinco anos.

Comércio desemprega
O comércio foi o setor que mais demitiu em setembro. O setor despediu 45 mil pessoas, enquanto a indústria empregou 13 mil e o setor de serviços contratou outros 46 mil.

"Nos meses anteriores, o comércio foi o que mais contratou gente. Agora, as empresas podem ter feito ajustes", afirma Ferreira.

A mola propulsora das contrações na indústria foi o comércio exterior, que acabou beneficiando também o setor de serviços, especialmente em razão da terceirização.
O comércio, no entanto, pode voltar a contratar nos próximos meses com os dissídios salariais e o pagamento do 13º salário.

Por outro lado, a indústria deve contratar menos neste final do ano.
O economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Júlio de Almeida, diz que a indústria já adiantou as contrações para o final de ano e que o ritmo de geração de postos será menor.

Piora da qualidade
A pesquisa também detectou uma retração da renda e uma deterioração da qualidade do postos gerados por conta da contratação sem carteira assinada.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados caiu de R$ 1.015 para R$ 1.003 entre julho e agosto.

Segundo o Dieese, o setor que mais contratou sem carteira foi o de serviços.

Nos últimos 12 meses, por exemplo, houve um incremento de 15,5% dos empregos sem carteira. Ao mesmo tempo, o aumento dos postos com carteira foi de 4,2%, e dos autônomos, de 3,6%.

"No setor de serviços, você tem uma contratação maior de pessoas sem carteira do que na indústria, ou ainda de pessoas de forma terceirizada. Isso afeta o rendimento", diz o diretor do Dieese.

 

EPAMINONDAS NETO
da Folha de S.Paulo

 
 
 

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