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Olimpíada de Inverno
Olimpíada de Inverno de Nagano-1998

ANDRÉ LUÍS NERY
da Folha Online

Os Jogos Olímpicos de Inverno de 1998, em Nagano, foram o maior da história. Um número de recorde de 2.339 atletas (1.512 homens e 827 mulheres), representando 72 países, participaram do evento.

Porto Rico e Venezuela estiveram competindo pela primeira vez. Em 1998, dois novos esportes foram incluídos no programa oficial _o snowbording e o curling. Nem a epidemia de gripe, que durante uma semana deixou, no Japão, mais de 900 mil pessoas infectadas, entre elas vários atletas e jornalistas, diminuiu o brilho dos Jogos. O Brasil esteve representado por um único atleta _Marcelo Apovian, no esqui alpino.

A Alemanha terminou n primeiro lugar na classificação final, com 29 medalhas (12 de ouro, nove prata e oito de bronze). Em segundo ficou a Noruega, com 25 (dez de ouro, dez de prata e cinco de bronze). A Rússia, primeira colocada em Lillehamer, caiu para terceiro posto, com 18 (nove de ouro, seis de prata e três de bronze). O Canadá finalizou em quarto, com 15 (seis de ouro, cinco de prata e quatro de bronze). Foi a melhor colocação obtida pelos canadenses na história dos Jogos.

Em Nagano, a Alemanha conquistou seu terceiro título no revezamento 4 x 10 km do biatlo. O único que esteve presente nas três vitórias foi Ricco Gross. Na competição feminina, a compatriota Ursula Disl colecionou mais três medalhas. Foi ouro no revezamento 4 x 7,5 km, prata nos 7,5 km e bronze nos 15 km. Ursula já havia conquistado duas de prata no revezamento em 1992 e 1994 e uma de bronze nos 15 km em 1994.

No bobsled, os canadenses Pierre Lueders e David MacEachern venceram no trenó de duas pessoas. No quarteto, a vitória foi da equipe da Alemanha, formada por Christoph Langen, Markus Zimmermann, Marco Jakobs e Olaf Hampel. No curling, a Suíça obteve o ouro na competição masculina e o Canadá, na feminina.

No hóquei no gelo, a República Tcheca bateu o Canadá e conquistou o título masculino. Os canadenses campeões mundiais em 1997, em Helsinki, voltaram a desperdiçar a chance de quebrar o tabu. A última vitória do canadense no hóquei aconteceu em 1952.

No torneio feminino, a seleção norte-americana conseguiu uma vitória inesperada por 3 a 1 sobre as rivais canadenses. O Canadá chegou à Nagano como favorita absoluta. A equipe tinha vencido os quatro mundiais disputados, em 1990, 1992, 1994 e 1997. Nas quatro ocasiões, a seleção canadense tinha superado na final os Estados Unidos.

No luge, a Alemanha venceu as três provas. Georg Hackl alcançou o tricampeonato olímpico no individual. Nas duplas, Stefan Krausse e Jan Behrendt finalizaram em primeiro. Foi a quarta medalha olímpica de Krausse e Behrendt. Os dois tinham conquistado o ouro em 1992, a prata em 1988 e o bronze em 1994. Entre as mulheres, a vencedora foi Silke Kraushaar.

Na patinação artística, o russo Ilia Kulik, campeão europeu em 1995 e vice-mundial em 1996, levou a melhor sobre o campeão mundial de 1997, o canadense Elvis Stojko. O francês Philippe Candeloro, como em Lillehamer, ganhou o bronze. Na disputa feminina, as duas primeiras no mundial de 1997, em Lausanne, as norte-americanas Tara Lipinski e Michelle Kwan repetiram as colocações em Nagano.

A vitória de Tara foi a sexta alcançada pelos Estados Unidos na competição feminina. Nas duplas, Oksana Kazakova e Artur Dmitriev, da Rússia, superaram a dupla alemã Mandy Wötzel e Ingo Steuer, campeões mundiais em 1997. Mandy e Steuer terminaram apenas em terceiro.

Antes do ouro em Nagano, a principal conquista de Oksana e Dmitriev tinha sido o título europeu de 1996. Na dança no gelo, a dupla soviética Oksana Grishuk e Ievguêni Platov obteve o bicampeonato. Quatro vez campeões mundiais, Oksana e Platov tornaram-se na primeira dupla a vencer duas vezes a competição de dança na história dos Jogos.

Na patinacão de velocidade, a Holanda conquistou nove das 15 medalhas disponíveis nas provas masculinas. Gianni Romme venceu os 5.000 e 10.000 m. Ids Postma ficou com ouro nos 1.000 e a prata nos 1.500 m. Rintje Ritsma obteve a prata nos 5.000 e o bronze nos 1.500 e 10.000 m. Jan Bos obteve a prata nos 1.000 e Bob De Jong conquistou mais de uma de prata nos 10.000 m. Na disputa feminina, a compatriota Marianne Timmer venceu os 1.000 e 1.500 m.

A sul-coreana Chun Lee-kyung somou três medalhas na patinação de velocidade em pista curta. Ela foi ouro nos 1.000 e no revezamento de 3.000 e bronze nos 500 m. No salto de esqui, o japonês Kazuyoshi Funaki levou ouro na montanha de 120 m e prata na de 90 m. Funaki também conquistou mais uma de ouro na prova de saltos por equipes.

O norueguês Bjarte Engen Vik foi campeão no nórdico combinado individual e por equipes. No esqui nórdico, o norueguês Bjørn Dæhlie alcançou mais três de ouro e uma de prata. Ele foi campeão no cross country 10 e 50 km e no revezamento 4 x 10 km. Nos 15, ele terminou em segundo. Com as três vitórias em Nagano, Dæhlie passou a ter oito título olímpicos. v No feminino, a russa Larissa Lazutina obteve cinco medalhas. Ela ganhou ouro nos 5 e 10 km e no revezamento 4 x 5 km. Larissa também levou a prata nos 15 km e bronze nos 30 km. O esquiador austríaco Hermann Maier foi o destaque no esqui alpino. Ele conquistou o ouro no slalom gigante e slalom super-gigante.

Dois anos antes dos Jogos, Maier ainda vivia como pedreiro, sendo um desconhecido no esporte. Em 1997, no entanto, ele se tornou a sensação da Copa do Mundo da modalidade, após vencer várias etapas.

A alemã Katja Seizinger, campeã no downhill em 1994, conseguiu em Nagano um desempenho ainda melhor. Além de vencer no downhill, Katja foi ouro no combinado e bronze no slalom gigante. A italiana Deborah Compagnoni, vencedora do slalom supergigante em 1992 e do slalom gigante em 1994, conquistou o bicampeonato no slalom gigante.

Em 1998, Deborah também ficou com a prata no slalom. No esqui livre, os Estados Unidos venceram três das quatro contendas, com Eric Bergoust (aerials), Jonny Moseley (moguls) e Nikki Stone (aerials feminino).

No snowbording, o canadense Ross Rebagliati, vencedor do slalom gigante, teve seu exame antidoping positivo. O exame de dopagem do COI indicou a presença de 17,8 gramas de maconha no organismo do atleta.

Como a maconha faz parte das drogas proibidas pelo COI, Rebagliali teve sua medalha caçada. Logo depois, o COC (Comitê Olímpico Canadense) entrou com uma apelação junto à entidade contra a decisão de retirar a medalha de Rebagliali.

Depois de muita discussão, houve um novo julgamento na Corte de Arbitragem para o Esporte, que determinou que a medalha de ouro fosse mantida para Rebagliati. A alegação apresentada pelo COC foi a de que Rebagliati havia frenquentado locais onde havia pessoas fumando e, portanto, tinha sido vítima passiva.

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