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Cronologia política de Hugo Chávez

da Folha Online

O ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez apresentou sua renúncia ao cargo nesta sexta-feira (12), pressionado pela cúpula militar do país após as mortes durante um megaprotesto contra o governo nas ruas de Caracas, capital do país.

Até o momento, o saldo deixado pelos confrontos entre policiais e manifestantes que pediam a renúncia de Chávez é de 12 mortos e mais de cem feridos.

Leia a seguir uma cronologia da carreira política de Chávez:

17/12/1982 - Chávez forma o Movimento Revolucionário Bolivariano junto com outros 200 oficiais das Forças Armadas. Começam os planos para derrubar o governo.

4/2/1992 - Lidera milhares de soldados em uma tentativa fracassada, mas sangrenta, de derrubar o presidente Carlos Andrés Pérez. Chávez torna-se instantaneamente famoso após um breve discurso em que assume toda a responsabilidade pela tentativa de golpe.

3/26/1994 - Libertado da cadeia pelo presidente Rafael Caldera, volta a tentar chegar ao poder, mas desta vez por meio das eleições.

3/12/1995 - Pede a abstenção dos eleitores nas eleições estatuais. Seu partido não elege nenhum candidato.

31/5/1997 - Anuncia planos de concorrer à Presidência e a criação de um novo partido político, o Movimento Quinta República (MVR). Chega a ficar em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, com 8% das intenções de voto.

8/11/1998 - A coalizão de Chávez assume oito dos 23 Estados do país e cerca de um terço das cadeiras no Congresso.

6/12/1998 - Vence as eleições presidenciais com mais de 57% dos votos. Propõe uma “revolução democrática bolivariana”.

2/2/1999 - Assume a Presidência para um mandato de cinco anos e assina um decreto para que um referendo seja realizado para convocar uma Assembléia Constituinte.

25/4/1999 - Mais de 80% dos venezuelanos são favoráveis à criação de uma nova Assembléia Constituinte.

25/7/1999 - Conquista maioria na Assembléia, tomando 121 das 131 cadeiras nas eleições. Entre os eleitos estão sua mulher, seu irmão, cinco de seus ex-ministros e vários ex-oficiais militares que fizeram parte do golpe de 1992.

15/12/1999 - A nova Constituição da Venezuela é aprovada com 70% dos votos dos venezuelanos.

30/7/2000 - Reelege-se presidente, ganhando 59,7% dos votos.

7/11/2000 - A Assembléia Nacional aprova a chamada Lei de Capacitação, dando amplos poderes a Chávez.

3/12/2000 - Os venezuelanos votam em um plebiscito para substituir os líderes sindicais.

27/2/2001 - O ex-presidente Carlos Andrés Pérez, falando sobre o aumento do crime e da situação de anarquia no país, afirma que a explosão da violência derrubaria o governo de Chávez em alguns meses.

9/7/2001 - Anuncia aumento de 10% no salário mínimo para reajustá-lo à inflação.

10/12/2001 - Greve geral de 24 horas, convocada pelo empresariado, pára o país em oposição ao governo de Chávez.

23/1/2002 - Simpatizantes e opositores de Chávez se enfrentam nas ruas de Caracas.

25/3/2002 - Funcionários da estatal petrolífera iniciam uma paralisação em protesto contra alterações na direção da empresa.

10/4/2002 - A Fedecámaras (maior associação empresarial do país) e a CTV (Confederação Venezuelana dos Trabalhadores) decretam greve geral, que inicialmente duraria 24 horas e depois passa a ser por tempo indeterminado.

12/4/2002 - Oficiais militares obrigam Chávez a renunciar, acusando-o pelas mortes durante as manifestações em Caracas. Pedro Carmona, 60, presidente da Fedecámaras, é apontado como presidente interino do novo governo de transição.

13/4/2002 - Apoiado por militares simpatizantes de Chávez e indignados com a situação irregular imposta ao país, o vice de Chávez, Diosdado Cabello, assume a Presidência, força a renúncia de Carmona e diz que fica no poder até que Chávez reapareça para assumir suas funções ou renunciar oficialmente à Presidência.

14/4/2002 - Durante a madrugada, após dois dias afastado -no golpe de Estado mais rápido da história política-, Hugo Chávez reassume o governo da Venezuela aclamado pela população.


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