do luxo ao étnico

Em tempos de uma moda em que o mercado de luxury deve mostrar serviço, a temporada de lançamentos de Milão teve como ponto forte justamente uma coleção pouco ou nada comercial. O verão 2005 da Prada trouxe não o que queremos hoje, mas justamente o que não sabíamos que queríamos.
Assim é a grife de Miuccia Prada, que sai mais uma vez na frente como a principal marca lançadora de tendências do planeta. Afinal, como definir uma silhueta que diz nada além de o desejo de hoje? Não é retrô, não é vintage, não é 50, mas é o agora.
A grande história da estação é a busca pelo colorido, no momento em que até mesmo as sisudas editoras da primeira fila dos desfiles querem usar cores. O otimismo, como em Nova York, está no ar. Assim como o escapismo, na grande vontade do étnico que, ainda que pareça distante para nós aqui no Brasil, surge como megatendência, atingindo da Índia ao Marrocos, passando de Cavalli a Armani.
Dentro desse estilo, entram em voga elementos como a moda cigana, o hippie anos 70 e a estamparia lisérgica. Sintomas absurdos, como a inspiração anos 50 de Elvis Presley na D&G , completam-se por padronagens de phyton (cobra) e outros animal prints, que fazem a felicidade das clientes da Dolce & Gabbana -brasileiras, inclusive.
O conforto está em evidência, com calças em formato baggy, usadas mais curtas.
Na Jil Sander, a segunda coleção mais relevante da estação, a estilista alemã retoma o controle de sua marca e reposiciona os valores de um minimalismo calcado não na frieza formal dos anos 90, mas no romantismo esportivo e delicado dos 2000. Uma aula de moda e sensibilidade. veja a galeria - 1
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