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O MEDO DA COMIDA AO REDOR DO MUNDO
Pilhas de panfletos em açougues
EM DUBLIN
Os balcões dos açougues de Dublin (República da Irlanda), bonitos, organizados e com
cara de butique chique,
são decorados tradicionalmente com generosas postas de carneiro,
boi, porco e frango.
Nos últimos tempos,
ganharam um item a
mais: uma pequena pilha de panfletos com o
título "A Verdade Sobre
a Febre Aftosa". Numa
folha impressa em frente
e verso, com perguntas e
respostas, o governo irlandês tenta tranquilizar
consumidores sobre a
segurança da carne.
"Febre aftosa é uma
questão de saúde animal, não um problema
de saúde pública", diz a
primeira frase do documento. Embora não haja um clima paranóico,
nem todo mundo acredita nessa informação.
O escritor irlandês
Alan Glynn, 41, diz que a
crise da febre aftosa
"consolidou" sua mudança de hábitos alimentares, que havia começado alguns anos antes, a partir de leituras
sobre os riscos dos
transgênicos e da comida industrializada. "Não
sou vegetariano, mas tenho procurado uma alimentação mais saudável, sem aditivos e conservantes."
A estudante japonesa
Keiko Uemura, 20, antes
de chegar à cidade estava preocupada. "Eu
pensava que não poderia comer carne de vaca
nem de porco, só frango." Mas a família onde
está hospedada come de
tudo, e ela faz o mesmo.
"Hoje não ligo mais."
(ARMANDO PEREIRA FILHO)
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