São Paulo, domingo, 13 de maio de 2001


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O MEDO DA COMIDA AO REDOR DO MUNDO

"Acho melhor limpar o freezer"

DE LONDRES

É noite de terça-feira, e a dona-de-casa Janet Gotlieb, 48, começa a preparar a sopa que será o jantar de sua família. Sobre a pia da cozinha, batatas, tomates, aspargos, cenouras e ervilhas. Enquanto coloca tudo na panela, ela comenta: "Carne é algo muito raro aqui em casa".
A dinamarquesa Janet, radicada no Reino Unido desde a infância, mudou seus hábitos alimentares há cerca de três meses. Após o início da epidemia de febre aftosa na Europa, ela decidiu abolir o consumo da carne dos animais mais atingidos pela doença: bois, carneiros e porcos.
Desde então, ela, as duas filhas e o marido adotaram uma dieta em que carne entra, no máximo, uma vez a cada 15 dias. "E só frango ou peru orgânicos", diz Janet.
"Eu sei que o governo diz que ninguém pega aftosa comendo carne contaminada, mas eu não confio no governo. Prefiro não arriscar", afirma Janet.
Janet já havia reduzido a presença de carne em sua dieta em 1996, quando foi descoberto que o consumo de carne contaminada pelo mal da vaca louca poderia causar uma variação da doença de Creutzfeldt-Jakob, que afeta o cérebro humano e pode matar em dois anos.
"Quando vi aquela história na TV, olhei para o meu marido e disse: "Acho melhor a gente limpar o freezer". Tirei tudo o que tinha carne bovina", lembra a dona-de-casa. (LC)

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