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O MEDO DA COMIDA AO REDOR DO MUNDO
"Acho melhor limpar o freezer"
DE LONDRES
É noite de terça-feira,
e a dona-de-casa Janet
Gotlieb, 48, começa a
preparar a sopa que será
o jantar de sua família.
Sobre a pia da cozinha,
batatas, tomates, aspargos, cenouras e ervilhas.
Enquanto coloca tudo
na panela, ela comenta:
"Carne é algo muito raro
aqui em casa".
A dinamarquesa Janet,
radicada no Reino Unido desde a infância, mudou seus hábitos alimentares há cerca de
três meses. Após o início
da epidemia de febre aftosa na Europa, ela decidiu abolir o consumo da
carne dos animais mais
atingidos pela doença:
bois, carneiros e porcos.
Desde então, ela, as
duas filhas e o marido
adotaram uma dieta em
que carne entra, no máximo, uma vez a cada 15
dias. "E só frango ou peru orgânicos", diz Janet.
"Eu sei que o governo
diz que ninguém pega
aftosa comendo carne
contaminada, mas eu
não confio no governo.
Prefiro não arriscar",
afirma Janet.
Janet já havia reduzido
a presença de carne em
sua dieta em 1996, quando foi descoberto que o
consumo de carne contaminada pelo mal da
vaca louca poderia causar uma variação da
doença de Creutzfeldt-Jakob, que afeta o cérebro humano e pode matar em dois anos.
"Quando vi aquela
história na TV, olhei para o meu marido e disse:
"Acho melhor a gente
limpar o freezer". Tirei
tudo o que tinha carne
bovina", lembra a dona-de-casa.
(LC)
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