São Paulo, domingo, 13 de maio de 2001


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O MEDO DA COMIDA AO REDOR DO MUNDO

BRASIL

"Não como em campo de futebol"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quinta-feira à noite. Antes de começar a reunião semanal para a leitura do Evangelho, a dona-de-casa Maria José Arruda Pinto, 62, adverte os amigos presentes: "Não comam amendoim, está tudo contaminado".
"Tempos atrás, houve algum problema com amendoim, vi uma reportagem na TV ou no jornal", diz Maria José, que não compra mais nada que contenha o ingrediente mesmo sem se lembrar exatamente do que se tratava.
A falta de confiança na qualidade de certos alimentos no Brasil também é fonte de preocupação para quem sabe do que está falando. A farmacêutica Paola Raffaella Arabbi, 29, que fez especialização em vigilância sanitária de alimentos na USP, tem medo de comer palmito e peixe ou carne crus. "Eu sei que corro muito risco de pegar alguma doença como botulismo ou solitária", sem se referir à febre aftosa, que apavora os ingleses.
O conhecimento de causa também levou o dono do restaurante Pitanga, em São Paulo, Gilberto Geronimo Oller, 49, a criar alguns temores em relação à comida. "Não consigo comer um prato de aparência feia", diz.
Além da estética, ele se preocupa com as condições de higiene na preparação dos alimentos. "Não como nada em campo de futebol, nem em pastelaria de chinês. Só como pastel de feira."
(ALESSANDRA KORMANN)

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