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da Folha Online
O geógrafo lançou, na 16ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, dois livros discutindo a questão da globalização: "Globalização e Sociedade" (ed. Fundação Perseu Abramo) e "Por uma Outra Globalização" (ed. Record). Santos exerceu boa parte da carreira acadêmica no exterior (França, Canadá, EUA, Peru, Venezuela etc.). Em 1994 recebeu o Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud, na França - uma espécie de Nobel da Geografia. Para ele, nos primeiros 350 anos do Brasil, a natureza tinha o comando das ações dos homens, e o uso do território brasileiro era determinado pelo comércio. Os cem anos seguintes representam, na concepção de Santos, a tentativa do homem de "amansar a natureza" por meio da utilização de equipamentos técnicos e mecânicos. A fluidez do Brasil nos últimos 50 anos se deve ao que o geógrafo classifica como fenômeno da informação. A evolução técnica e tecnológica imprime maior velocidade de informação, o que muda também a política, segundo Santos. "A velocidade é um dado da política, não um dado da técnica", diz. Para ele, não vivemos numa democracia, "porque as condições do fenômeno técnico aumentam a desigualdade" . Milton Santos sugere o aparecimento de uma quarta idade do Brasil. Essa quarta idade deveria surgir, segundo ele, não por meio das pessoas que "apenas dizem fazer política, mas por meio daqueles que a fazem discutindo e interpretando a realidade do país". Ao final da palestra, o geógrafo e professor emérito da USP respondeu às perguntas feitas pelo público, em grande parte representado por professores e alunos do ensino médio. Exclusão social, democracia, educação e MST foram alguns dos assuntos debatidos. Questionado se haveria uma forma de modificar a política no país, Santos afirmou: "A técnica só pode ser entendida a partir da política. Não se muda nada fazendo o que os dominadores nos pedem que façamos. Não existe técnica separada da política nem política separada da técnica". (Adriana Resende) Veja a agenda |