PAULA DUME
colaboração para a Livraria da Folha
"Múltipla Escolha" (Record, 2010) é sobre o esforço de viver, nas palavras de Lya Luft, 72. Esforço que não se faz necessário para que o livro encabece cinco das principais listas de mais vendidos na categoria "Não Ficção", nas últimas semanas.
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Para Lya Luft, o limite entre o esforço e a incapacidade de viver das pessoas é individual e relativo, e depende de outros fatores |
Com 30 anos de currículo literário, Luft cativa seu público ao debater temas que aproximam e também afastam as pessoas, como a velhice, a juventude e os tabus da sexualidade em suas obras.
Não é a primeira vez que a escritora figura entre os exemplares mais procurados pelos leitores nas livrarias. Em 2003, com "Perdas & Ganhos" (Record, 2003), permaneceu 103 semanas entre os mais vendidos.
Procurada pela Livraria da Folha, a autora disse que é sempre uma alegria figurar nessas listas divulgadas pela imprensa e faz uma ressalva. "Eu nunca espero nada, pois sei que cada livro é um imponderável."
Questionada sobre o esforço de viver que cita na obra, Luft disse que o limite entre o esforço e a incapacidade de viver do ser humano é totalmente individual e relativo, depende da natureza, da genética, das circunstâncias, da saúde mental e física. "Mil coisas", tentou completar.
Em "Múltipla Escolha", Lya rebate a suposta liberdade que alcançamos ou pensamos ter. Ela nos mostra o quanto uma cultura impositiva faz com que as pessoas vivam a síndrome do "ter de". Os ensaios tratam dos "mitos modernos" e mostram o quanto o ser humano está atrelado às práticas opressoras.