Conheça relatos reais de ex-viciados em drogas

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O escritor Nic Sheff começou nas drogas com bebida alcoolica

As drogas têm um papel bastante contraditório. Estudos indicam que todas as sociedades fazem ou fizeram uso de algum tipo de entorpecente para alteração do estado de consciência, seja para fins medicinais, religiosos, ou ao prazer.

Neste sábado, é comemorado o Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico de Drogas Ilícitas, data instituída pela ONU para alertar sobre os riscos do consumo dessas substâncias. A Livraria da Folha selecionou algumas obras que trazem relatos sinceros de pessoas que foram dominadas pelo vício, mas venceram e transformaram as histórias em livros.

Nic Sheff, por exemplo, descreve-se como um jovem com um futuro promissor. Aos 17 anos, tinha sido aceito por universidades de prestígio nos Estados Unidos. Ele era esperto --um artigo seu foi publicado na "Newsweek". Bom irmão mais velho, o rapaz se dava bem com o pai e a madrasta. Desde os 12, ele fumava maconha.

"Cara, até meu pai fumava maconha. Todo mundo na minha família fazia isso. Nossos amigos também - e era totalmente aceito", narra o jovem. A história de Nic é contada em "Cristal na Veia", sua autobiografia lançada no Brasil em 2009 pela editora Agir. No relato, o escritor conta a primeira vez em que passou mal por conta de bebidas alcoólicas, aos 11 anos.

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A produtora musical Bell Marcondes conheceu a fama antes das drogas

A história tem início com o encontro de Nic com Lauren, uma antiga amiga do colegial, descrita como "fodida". A coincidência acontece no dia em que ele tem uma recaída após 18 meses de clínicas de reabilitação. "Cristal na Veia" narra a evolução do escritor no mundo das drogas passando por maconha, cocaína, ectasy, heroína, crack e principalmente a metanfetamina (ou cristal). Ele conta que quando usou cristal pela primeira vez foi como se tivesse recebido um presente de Deus.

No Brasil, um dos livros que tem uma linha parecida é "Estou Viva Não Uso Mais Drogas", de Bell Marcondes. Produtora musical, conhecida no meio artístico dos anos 80, trabalhou com pessoas como Milton Nascimento, Gilberto Gil e Simone.

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Christiane F. ficou conhecida mundialmente com o best-seller

Na obra, Bell avisa: "Quem ouviu algumas histórias de um dependente químico já ouviu todas. Mas vou relatar, aqui, algumas da minha vida". De fato, há elementos comuns em ambos relatos. A história de Nic Sheff, no entanto, assemelha-se mais com a trajetória de Christiane F do que com a da produtora.

"Eu Christiane F., 13 Anos, Drogada" é um clássico da literatura mundial. A história, que já foi até adaptada para o cinema, narra como uma adolescente envolveu-se no submundo das drogas na Alemanha. O relato chega a ser perturbador em algumas partes, como em trechos em que a narradora sente-se desesperada por uma dose de heroína e quebra o cabo de inúmeras escovas de cabelos coçando o braço para aplacar sua terrível agonia.

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	Cena do filme "Eu Christiane F., 13 Anos, Drogada, Prostituida", inspirado no livro homônimo