Correspondências de Monteiro Lobato viram livro e revelam ideais do autor

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Cada carta parece uma crônica; pena que não viu o twitter

Na época em que era romântico escrever cartas, pessoas exerciam sua prosa em diferentes linhas, sentimentos e assuntos. À pena, bico fino, caneta tinteiro ou na cor azul, o exercício e a tradição da comunicação acabava por revelar deliciosas crônicas cotidianas, independente de quem enviasse ou recebesse a mensagem.

Em "A Barca de Gleyre", o leitor torna-se receptor de cartas do escritor Monteiro Lobato. Na verdade, elas foram inicialmente direcionadas ao amigo José Godofredo de Moura Rangel, com quem por mais de 40 anos trocou confidências sobre amores, política, progresso e literatura. Contudo, mesmo com esse ar de bisbilhoteiro, ao ler as linhas dos amigos, você se sente convidado a compartilhar de sua opinião e acompanha com interesse o debate sobre tudo e nada.

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O escritor paulista Monteiro Lobato em imagem de 1927

A correspondência começa quando os companheiros ainda cursavam a Faculdade de Direito de São Paulo, e as memórias e pensamentos compartilhados vieram a público pela primeira vez em 1943, quando Rangel convenceu o prestigiado amigo da importância histórica daquelas cartas.

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Afinal, entre um comentário e outro, descobre-se muito dos costumes do povo brasileiro, das promessas políticas, dos sonhos que circulavam pelas bocas e mãos de trabalhadores que ajudaram a construir o país.

O nome do livro, "A Barca de Gleyre", foi inspirado em uma pintura do artista suíço Charles Gleyre, chamada "Le Soir ou Les Illusions perdues" (Ilusões Perdidas).

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"A Barca de Gleyre"
Autor: Monteiro Lobato; Godofredo Rangel
Editora: Globo
Páginas: 298
Quanto: R$ 59,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha