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Vícios modernos
20/06/2004

AS DROGAS E EU: DENTISTA CONSUMIA CRACK NO CONSULTÓRIO

DA EQUIPE DE TRAINEES

Além de seringas, brocas e anestésicos, o crack fez parte da rotina no consultório de Paulo (nome fictício), 46, dentista e freqüentador do NA (Narcóticos Anônimos).

"Imagina, eu e o protético trancados no banheiro, fumando crack. Era uma loucura." O consumo de crack foi o ápice de uma relação com substâncias químicas que começou cedo.

Aos oito anos, Paulo tomava injeções de adrenalina para conter crises de bronquite. Com o tempo, o tratamento o fez desenvolver tolerância e crise de abstinência. "O organismo pedia. Se eu não tomasse a injeção, sentia falta de ar."

Quando adolescente, começou a beber, fumar maconha e experimentar outras substâncias. Paulo, "tímido e isolado", diz que as drogas eram o caminho para se socializar.

Apesar dos vícios, o dentista se formou, deu aulas em uma faculdade e foi trabalhar em um consultório, onde começou a usar crack e a perder o controle sobre o vício.

Ele conta que passava mal e, durante as crises, rezava e prometia que iria parar. Mas, ao se recuperar, voltava a consumir. Sua família o internou em uma clínica, onde ficou por 65 dias, livrou-se do vício e passou a freqüentar o NA.

Paulo diz ter reencontrado a tranqüilidade, mas não se considera curado. "Uma vez dependente, sempre dependente. Sei que vou ter de ir ao NA pelo resto da vida." (MAC)

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